segunda-feira, 19 de março de 2007

Miséria, fui enrabado.

No primeiro dia que lá fui pensei que não podia ficar muito mais tempo, sabendo os riscos que corria, mas a curiosidade, misturada com a forma como me olhavam, fez-me ser desejado. Sei que não sou, mas também não sei como não serei, por isso vou ter que falar com alguém.
Pareceu-me uma pessoa com que se pudesse ter uma conversa decente, pela forma como segurava no copo, pela forma como se vestia, mas o que pesou mais foi a forma como olhava. Aproximei-me, não sabia muito bem o que fazer, como iniciaria a conversa. A maior experiência da outra pessoa resolveu o problema. Mal me aproximei, perguntou se era a primeira vez que ali ia, ao que respondi que sim. Perguntou se eu não bebia nada. De facto desde que tinha entrado que não me apetecia beber nada, o estado de nervosismo era tal, que nem dei conta desse pormenor. Pensei em pedir uma cerveja, mas depois pedi um Cuba Livre. Quando voltei com a bebida já estava mais tranquilo. Sentei-me e comecei a conversar, de coisas banais, mas na minha cabeça estava sempre a mesma pergunta, sempre, em repetição, já estava a dar em louco. Era pior quando estava calado, só me dava vontade de interromper a conversa e perguntar: dói?
Saímos, e fomos para outro bar, mais acima, com menos confusão, o que torna a coisa mais íntima, deve ser um truque. Eu percebi que aquilo podia ir para outros caminhos, mas não me preocupei, a conversa estava aceitável e até então não tinha havido qualquer tipo de assédio, julguei até se não estaria interessado. A maldita pergunta voltava de quando em vez. Ganhei forças e perguntei. Após um minuto de algum silêncio: dói? A princípio não compreendeu qual era a questão. Depois de um breve e incomodativo silêncio, bem como uma troca de olhares, percebeu. Deu um pequeno sorriso e respondeu que não sabia. Gelei! Tinha feito asneira. Eu achei estranho o facto de não haver ninguém a acompanhar, mas… Não dei parte fraca, aprofundei a conversa. Perguntei se quando há o acto se há gemidos de dor, ou algo do género, ao que respondeu que não sabia, teria que ver como era para saber e sorria. Ai fiquei um pouco chateado, mas não demonstrei muito. Deu uma grande gargalhada. Fiquei sem saber o que fazer, não gostei. Perguntei a que se devia tal excitação. Parou, olhou-me nos olhos e desabafou. Confessava que era também a primeira vez que o iria fazer, se é que algum dia o faria. Senti que seria este o dia, tanto esta pessoa como eu tínhamos o que se chama, curiosidade animal. Estava já um pouco ansioso, sugeri que fossemos a um lugar mais íntimo. Não querendo ir para minha casa, fomos para a de uma amiga que estava fora, a qual tenho a chaves de casa, para tratar dos gatos e do periquito. Não demorou muito tempo. Estávamos despidos em 2 minutos. O mais estranho estaria para acontecer. Não nos tocávamos, não havia carinhos, ou aconchegos, só a ansiedade de querer experimentar a dor. Busquei o boião, ainda estava selado. Depois houve a grande questão, quem irá primeiro sentir? Fizemos à sorte, com um dado do Monopólio. Quem tivesse o número mais alto seria o primeiro a sentir. Calhou-me a mim. De repente perdi toda a coragem, mas como sou uma pessoa de palavra, aguentei. Agora era a vez dele. Não estava bem, o seu sexo não estava pronto. Desconfiei que não gostasse. Pediu-me carícias. Disse prontamente que não. Se até aquele ponto não o tinha feito, não seria agora que o iria fazer. Olhou-me com desconfiança, e lá começou-se a auto acariciar, até ter o seu sexo todo em forma. Colocou o gel e de imediato começou. Claro que doeu. Apertei tudo com o máximo da força e arranquei-lhe o sexo. Foi um bocado chato, mas soube bem, foi assim como que se estivesse a evacuar.
No hospital lá lhe conseguiram colocar o sexo de novo. Tentou-me processar, mas não conseguiu, pois eu também apresentei queixa.
Senti-me miserável. Tinha sido enrabado. Contra factos não havia argumentos. Mas que mania que temos de ser racionais.
Eu não gosto de merda e não é por isso que vou provar.
Que miséria…

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