quarta-feira, 30 de maio de 2007

Radio Quatro

Radio 4

Radio 4 - Save Your City

Radio 4 - Party Crashers

Radio 4 - State of Alert

Radio 4 - Dance to the Underground

Radio 4 - Enemies Like This

terça-feira, 29 de maio de 2007

Fui às compras

Nomeansno - All Roads Lead to Ausfahrt
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“Mondo Nihilissimo 2000
Nothing means anything, everything's permitted
Nothing is forbidden, so anything goes

Let's take turns molesting the children
I'm so bored with my life
Yes, we'll take turns molesting the children
And then I'll go home to my wife

I was born to be an attorney
I was born to peddle cars
I'll make hell while the sun shines
Then I'll end up behind bars

Nothing means anything, everything's permitted
Nothing is forbidden, so anything goes

Let's go home and bury the children
In the cellar with my wife
They were all insured for millions
Now we'll do just what we like

I was born to live on credit
You know my Visa's solid gold
MasterCard is my religion
I've got a mortgage on my soul

Nothing means anything, everything's permitted
Nothing is forbidden, so anything goes

I'll buy that for a dollar!

Let's go to Guam and fuck the baby
I saw a tour on the internet
They say that Hell awaits all sinners
But they haven't got us yet

Something's wrong in the heartland
There's an evil that creeps across this land
But they say God accepts all sinners
So why should we give a damn?

I was born of love eternal
But now I do the devil's work
If there's a God up there in Heaven
He must be one big fucking jerk”

Continua a ser a minha banda favorita!


Editors
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Queria ter o original.

Estou muito ansioso pelo novo álbum.

Interpol
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Não conhecia. Adorei!

Electric Six
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Também queria ter o orginal e este veio com prémio, trás um DVD com os vídeos.




quinta-feira, 24 de maio de 2007

Mais uma noite em branco

Mais uma noite em branco, não com insónia, mas sim com vontade de conseguir entender.

Não foram necessários grandes planos, ou perder muito tempo para perceber onde iria eu seguir a minha vontade. A lua indicava tudo, estava meia cheia, como eu gosto. Segui pela estrada que circunda o mar, até onde achei que seria o sítio onde estaria mais bem escondido. Deixei todo o tipo de coisa poluente no parque e apeei-me. Ainda tive a tentação de trazer a máquina dos instantâneos, mas achei que naquela noite não iria necessitar de tal apetrecho, a minha memória seria o suficiente, bem como não tencionava contar a ninguém. A ninguém… não é bem verdade.
Desci a escadas que dão directamente à praia, estavam gastas pelo frenesim constante do sobe e desce de crianças, loucas por mar e outras por gelados. O mar estava tão calmo que se conseguia ver nitidamente o reflexo da lua no oceano, extenso, negro e frio. A brisa penetrante, que fere na cara, era gélida, gélida demais para a época, mas com um sabor tão refrescante, de uma humidade aconchegante, que nos apetece enrolar ainda mais nas roupas quentes e senti-la penetrar pelos poros da roupa. Estes primeiros instantes foram acompanhados pela estranha sensação que me iria ser revelado algo que não estaria preparado. Assustei-me. Parei, cheguei mesmo a dar um passo atrás. Que arrepio grande! Tinha tanto de gostoso, como de assustador. Olhei em volta, não se via ninguém. A noite que há muito tinha caído, senão fosse a lua, estaria escura, negra, como um manto negro muito opaco sobre qualquer foco de luz. As estrelas pouco brilhavam, a luz da lua não o deixava. O seu brilho cintilante e difuso dos pontos claros no céu, pareciam tremer de frio, eram ténues, enfraquecidos pelo brilho do astro cinzento. Com este pensamento, continuei a descer as escadas, sorri. Cheguei por fim à praia. A areia ainda húmida e rija da última maré fazia com que os pés não penetrassem muito no âmago da areia, ajudando na caminhada e possibilitando deixar as minhas pegadas bem visíveis. Mais à frente, a areia deu lugar a rocha, dura e cortante. Não conseguia ver muito bem o que estava a pisar, nem onde. Avancei com todos os cuidados, um pé em falso podia dar direito a uma queda e num local daqueles, sem ninguém por perto, estava a ser inspiradoramente assustador. Por vezes parava e inspirava fundo, tão fundo que quase não tinha mais para inspirar, como que se conseguisse inspirar todo o ar que havia disponível. Depois, parava, deixava-o dentro de mim, ouvia o coração a bater, deixava-o mais um pouco, o coração quase rebentava, em seguida, muito devagar deixava-o sair, todo até não haver mais. Cada vez que fazia isto, ficava tão tonto que gargalhava. Sentava-me e dava mais um sorriso. Sentia-me num misto de profundidade e alegria, de envolvência com o que me rodeava, uma necessidade de abraçar alguém e de estar deitado sozinho no meu quarto. Mais uma vez levantei-me e continuei. No reflexo da lua no mar, vi o contorno do local onde ia ficar. Era bem perto da água, mas com a distância suficiente para me sentir em paz com o mar e com a terra. Mais uns metros à deriva nos calhaus soltos e rocha firme e lá estava. Antes de me sentar, voltei a olhar em volta, só o astro cinzento me fitava. Senti a solidão bem como o afecto. Sentei-me. Iria ficar muito tempo ali sentado, por isso escolhi a melhor posição possível. Estava confortável. Olhei pela última vez a luz, o mar, o horizonte, tudo que conseguia ver, fechando logo de imediato os olhos. Queria só ouvir. A água batia nas rochas, acariciando-as, ouvia-se ao fundo um bater mais forte de ondas, mas muito calmo, como que se a onda caísse a um ritmo lento, muito vagaroso, não querendo ferir as rochas, ou as próprias gotas de água que formam o mar. A paz era de tal forma, que algo teria de ser feito para a quebrar. Procurei uma pedra com a mão, continuava de olhos fechados, encontrei, era mais ou menos grande. Atirei, mas não houve som da queda na água. Não abri os olhos, voltei a procurar mais uma e atirei de novo. Nada. Não abri os olhos. Tentei visualizar o que se podia estar a passar, cheirei, tentei ver pela humidade na cara se estava tudo bem, parecia-me tudo normal. Não estava a conseguir resistir muito mais com os olhos fechados. Voltei a encontrar mais uma pedra e atirei. Desta vez ouvi cair na água, mas parecia que alguém tinha dito um: ai! Era cada vez mais estranho. Estaria a ouvir bem? Não podia estar ali ninguém. Será que o som da pedra a cair teria feito o som de uma pessoa? Não resisti. Abri. A luz que vinha do fundo o mar era de tal forma forte que iluminava toda a minha face. Estava estarrecido com a cor. Viam-se movimentos lá bem no fundo, não conseguia distinguir o que seria. Eram tão harmoniosos como repentinos, de cores lindas, vivas. Os azuis, os vermelhos, os cinzentos e cores que não sabia que existiam, estavam cada vez mais próximo da tona. Não sabia se seria bom ou mau, mas não arredei pé. Neste caso, rabo. Formavam um círculo, com uma luz menos brilhante no meio, como que se a luz em volta estivesse a iluminar o centro. Subia em turbilhão. A cada metro que subia, os meus olhos abriam-se cada vez mais. O espanto e o querer ver tudo fazia com que se abrissem como nunca. Subiam, subiam e subiam. Ouvia-se o som de um pequeno remoinho átono de água, que se adensava quanto mais subiam. A luz era muito intensa, tive mesmo que voltar a fechar um pouco os olhos. Por fim, surgiram, ali, bem perto de mim, as luzes mantinham-se dentro de água, rodavam em turbilhão, por algumas sombras, vi que se tratavam de lulas luminosas, bem como outros seres marinhos que produzem luz. Com toda aquela agitação na água, era libertado o fósforo que lhe está contido, fazendo-a brilhar, aumentando a luz que envolvia todo aquele borbulhar. O mais fabuloso encontrava-se no centro. A princípio pensei ser prudente sair e fugir, mas por outro lado, não podia, pois estava colado à rocha, de espanto. No meio daquele turbilhão, estava uma Musa, uma Sereia, de feições indescritíveis, de uma beleza sublime, com um olhar penetrante. Cabelo negro, negro, negro, negro, mil vezes negro, de rosto branco, suave, de contornos suaves, sem um único traço recto, olhos pretos e de um branco na parte branca do olho que ofuscava. Sobrancelhas negras de uma finura incrível, sublinhavam a linda testa. Toda a pele era de um branco ofuscante, brilhante, suave, que podia ser adorado. Os lábios… o vermelho dos lábios, não havia descrição possível para o vermelho, só comparado ao formato, de tão bem desenhados que eram. Não se conseguia desviar o olhar, eram tão sensuais! Não sabia para onde mais olhar. Os cabelos longos, negros, escorriam-lhe pelo peito, cobriam parte dos seios, que eram de uma beleza avassaladora, que transtorna. Evito ao máximo o contacto visual com os mesmos, pois são de uma sexualidade tão forte que me impele a morrer para os observar. Os mamilos, que espreitam por entre os longos cabelos, sendo eles da mesma cor dos lábios, não os consigo descrever, só sentir. São belos. A cintura delgada, com uma transição maravilhosa e poderosa para as ancas, como todas as demais sereias, as quais terão a mesmo beleza, imponência e luz que esta, só pode! Linda, toda, desde o umbigo até à ponta dos dedos dos pés, que neste caso é composta por uma cauda de peixe, que é coberto por um longo manto de escamas cor-de-pérola. A transição de pele para escama é feita de uma forma tão ténue que não se consegue perceber onde começam ou acabam ambas. Perdia horas a contempla-la, nunca pensando que o que estava na minha presença era um mito, algo que não existe, podendo mesmo ser até uma alucinação, uma doce alucinação. Envolvido nestes pensamentos, oiço uma voz, parecendo que vinha do fundo do mar, mas ao mesmo tempo do peito dela:
- Fiz-te algum mal? – disse ela com uma voz muito doce e firme.
Olhei em volta, olhei-a nos olhos, olhei os seus lábios e de novo a voz:
- Sim tu… fiz-te algum mal? – de novo ela.
Tremi, não conseguia falar, nem sequer pensar, não sabia como o dizer, nem sabia se havia palavras.
- O que foi? Não respondes? – disse ela um pouco mais impaciente.
Eu tinha que responder.
- Eu? Porquê? – respondi a medo.
- Porque me estavas a atirar com pedras.
- Eu? Como é isso possível?
- Não atiraste 3 pedras para o mar?
- Humm… atirei? Quando?
- À pouco…
- É? Não me lembro. Desculpa.
- Não acredito que não te lembres.
- Pois… também não acredito.
- Estás bem? Pareces vago.
- Eu? Estou bem… - respondi com um sorriso de drogado.
- Acho que já percebi. Mas mesmo assim quero que saibas que não vim aqui para te agradar, mas sim para te dizer que és mau, que não és a pessoa bela que julgas que és, que a tua alma está conspurcada de desejos maléficos, que os teus olhos são de uma brilho falso, tens desejo de me possuir só pelo facto de que sou bela e não te importa o que eu sou na realidade.
Toda a sua expressão se transforma, as cores que a envolvem tornam-se de um vermelho vulcão, a sua voz quando diz tais palavras é tenebrosa, os cabelos esvoaçam, todo o seu corpo aumenta de volume, é assustador. Fiquei com a sensação que ela me ia transformar em pó.
- Mas… - disse eu tentando não passar a pó.
- Mas?... Ainda tentas desculpar-te? É mentira?
- Pois… de facto até é. Posso-te fazer uma pergunta?
- Não acredito! - di-lo dando um pequeno guincho, de mimada.
A água à sua volta ferve, estava irada, milhões de animais marinhos, muito feios, saltam. A água está cada vez mais vermelha e quente. Desta vez pensei que seria melhor fugir, mas mais uma vez não me conseguia levantar, estava estarrecido, como nos sonhos, quando queremos fugir e não conseguimos.
- Mas… sereia bela, linda, assim mesmo, assim como estás, neste momento, estás mais bela do que nunca, estás como sempre imaginei um sereia, que se mostra violenta, mas calma ao mesmo tempo, é como um sonho.
- Quem és tu? – tudo pára com a pergunta dela. Fica tudo parado no tempo, a pairar.
- Eu sou eu. A pessoa que quer encontrar o entendimento profundo, o entendimento único, o que une as pessoas para sempre, que nos faz ser um só, o que nos torna tolos e não deixa sorridentes sem saber que estamos.
- Quem?
- Eu.
- Não és o crápula que apareceu aqui ontem, que me fez promessas de eternidade e eu dei-lhe os números do Euromilhões?
- Hum… não.
- Não?!
- Não.
- A sério?
- Diz-me uma coisa, há quanto tempo não vais ao oftalmologista?
- Eu? Como assim…
- Vês bem?
- Claro que sim! Sou uma sereia, as sereias não têm defeitos.
- Não? Que pena… agora que me estava a apaixonar por ti.
Que conversa da treta, pensei eu, eu e todos os seres marinhos, pois começaram a bater em retirada. Por fim ficou uma lula meio tola, julgo que fosse a sua eterna companheira, que dava um luz fraquinha, mas dava perfeitamente para ver as suas feições e o seu brilho. A lua dava um jeito de a iluminar mais um pouco. Saiu de dentro de água e colocou-se ao meu lado. Tê-la ali ao meu lado foi demais, o meu coração ouvia-se fora do meu corpo. Não conseguia tirar os olhos dos seus.
- Achas mesmo que não vejo bem? – a sua voz estremecia na minha garganta.
- Não… sei… - não conseguia dizer mais nada, a voz soluçava-me.
- Sabes sim. Deixa-te disso. Vá deixa-te de parvoíces. Eu sou como tu.
- Não… sei…
- Tu que és tu, que te intitulas por Eu, eu sou como tu.
- Não… sei…
- Pára com isso! Pára! Acorda! Estou a ficar preocupada com o que me disseste.
- Pois… eu também ficava. Acho que alguém na tua condição, terá muitas complicações para resolver o problema.
- Achas?
- Claro. Imagina o seguinte: Sr. Doutor esta minha amiga tem um pequeno problema, vê mal. Isto para não falar que é uma sereia.
- Pondo assim as coisas… acho que será complicado mesmo.
- Mas há uma hipótese.
- Há?
- Sim claro que sim e tu sabes bem qual é.
- Não! Isso não! Quero viver e morrer no mar.
- E como fazes para ver melhor?
- Não sei nem quero saber, nem quero ouvir mais nada. – Amuou.
- Isso é mesmo de uma sereia, mimada como todas.
- Conheces mais alguma? Parece que sim, parece que sabes muito de sereias…
- És a única, mas quem vê uma vê todas.
- Não acredito! Para além de convencido, és machista!
- Estou a tentar arranjar uma forma de dar a volta ao assunto e tu insultas-me?
- Machista, convencido! E pelos visto és mesmo, pois tocou-te.
A última lula foi-se embora. Achei que seria a altura de parar com aquela conversa absurda. Ela era uma sereia, eu, um humano, simples, que queria encontrar sossego e pelos vistos tinha encontrado uma sereia com o feitio da minha ex-namorada. Achei tudo aquilo demasiado irreal, nada normal. A minha vontade era acordar, sempre julguei que estava num sonho, mas para meu espanto não estava, o que vivia naqueles momentos era real, estava mesmo a acontecer. Pensei que a melhor forma de acabar com aquilo tudo seria atirar-me para o mar, afundar-me até às profundezas. Pensei e assim fiz.
- ONDE VAIS!!?? NÃO!!! – Gritou ela.
Atirei-me e ela não me seguiu. Quando estava a caminho do fundo pensei que seria melhor parar com esta história do romantismo, de julgar que ela me iria salvar. Parei, dei meia volta e voltei para cima. Pensei que não iria conseguir chegar ao topo. Estava já bem fundo, mas com todo o meu esforço e vontade de viver, cheguei por fim ao topo. Respirei fundo, estava exausto. Ela chorava, rios de água salgada saíam-lhe dos olhos, não parava, torrentes e mais torrentes de água, parecia que não mais iria parar. Como era possível? Como teria ela tanta água dentro? O choro era incrivelmente profundo e a água era cristalina como nunca antes tinha visto. Dai a marés e o avançar do mar sobre os continentes. Eis a razão! Pensei eu, logo abafando este pensamento pelo cair de uma pedra na minha cabeça.
- Não sei bem porque choras, mas sei que me vou embora. – disse eu chateado e com voz de mimado.
- Quem está ai? És tu? Voltas-te?
- Que conversa é essa? Estás a dar comigo em louco, mais do que já sou.
- És tu! Sim és tu! E estás vivo…! Sim!
- Olha, sabes que mais, vou-me embora. Tu és louca!
- Não vás, por favor, não vás… suplico-te.
- És completamente louca! Não sei o que se passou contigo na tua vida, mas estás mesmo muito mal dessa tua cabeça.
- Não vás, não me deixes…
- Ai vou, vou! Louca! Adeus.
- Não vás… por favor…
A sua voz que ecoava por todo o oceano, tornou-se muito humana, demasiado, como que se estivesse ali outra pessoa, que não a sereia que tenho visto a sair do mar, parecia mais a voz doce de uma mulher, entristecida por um desgosto, murcha, suplicante. Parei. Não era capaz de a deixar ali. Aproximei-me. Não podia acreditar, já não estava lá a sereia, mas sim uma mulher, completa, com tudo, que chorava nas rochas, de cabeça nas mãos, chorava e chorava, não parava. A principio não quis acreditar que se pudesse tratar da transformação, mas quando ela levantou a cabeça, olhando-me nos olhos e pediu ajuda, estendendo a mão. Foi como que se o mundo inteiro tivesse caído aos meus pés. Era ela e tinha-se transformado em mulher, ainda mais bela do que quando era sereia. Peguei-lhe na mão, sentei-me junto dela e abracei-a.
- Obrigado. – disse ela com um voz entaramelada pelo choro.
- Porquê? Tu nem gostas de mim…
- Amo-te, desde sempre te amei.
Fiquei sem palavras, não podia ser verdade, quem era aquela pessoa, quem era aquela alma, quem era?
- Mas… - dizia incrédulo.
- Não digas nada, abraça-me, estou com frio.
- Sim.
Ali ficámos durante horas, até o sol raiar. Estava nua, seria um problema leva-la dali, nada fiz, levantei-me, peguei-a nos meus braços e levei-a até à minha coisa poluente.
Não será preciso explicar que consegui encontrar o entendimento profundo, o entendimento único, o que une as pessoas para sempre, que nos faz ser um só, o que nos torna tolos e nos deixa sorridentes sem saber que estamos.
Mas de qualquer forma faço um pequeno resumo:
O amor é eterno, já o mesmo não se pode dizer dos gelados.

Passados 7 anos, ela voltou ao mar. Nada pude fazer, aliás, sempre julguei que não seria possível, mas pelo menos ia curada. Os óculos ficam-lhe tão bem.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Barcelona e a droga

É uma teoria como qualquer outra:

Barcelona é uma terra de muita droga!

Gaudí: drogado!
Picasso: drogado!
Miró: drogado!

Pelo menos estes três indivíduos padecem, aliás, padeciam de uma forte dependência de droga. Cada um deles em estados diferentes, é certo.

Comecemos pelo grande inspirador da cidade.
Gaudí:
Alguém que desenha, vive, e pensa num edifício como a Sagrada Família, bem como a forma como está a ser construído, só pode ser, ou aliás, só podia ser, drogado. Basta ver o edifício por dentro e por fora, descer as torres, a entrada, as traseiras, tudo o que diz respeito ao edifício, para se ter esta conclusão. Os pormenores não têm conta, as inspirações são de arrepiar, esta beleza só pode vir de alguém que se droga. É lindo! Exagerado, mas lindo.
Os outros edifícios espalhados pela cidade são também de uma beleza drogada.
La Pedrera é de uma beleza e inspiração arrepiante. Só de pensar nos quilos, ou litros de droga, que o Sr. consumiu. Quando entrei no último andar do edifício, visitei todos os cantos, só me apeteceu uma coisa. Amarrar-me um local qualquer daquela casa e ficar a viver lá para sempre. LINDO! Que maravilha! Ainda bem que há droga e drogados que consigam aplicar o que sentem após o consumo.
Parabéns Sr. Gaudí.

Picasso:
A droga que este indivíduo consumia é de uma teor em tudo diferente ao do anterior herói Barcelonês. Começou bem, provavelmente no início da sua monstruosa carreira, não consumia drogas de todo, ou se consumia seria só uns absintos, ou anis. Com o passar dos anos começou a viver a experiência dos nus, até bem jeitosos, só que um belo dia, se calhar introduzido por um dos seu amigos de trivialidade, tomou a sua grande primeira dose de droga e desta feita, pura! Pegou num dos seus nus, meteu o olho da jovem na nuca e a perna esquerda a sair-lhe no umbigo, mas nas costas. Assim surgiu a sua grande arte pictórica. De uma beleza nunca discutível, mas com uma influência mais que marcante de todo o tipo de drogas que baralham o cérebro.

Miro:
O mais drogado de todos! Tal como o Picasso, começou até muito bem, com coisas muito giras e normais, que lhe deram muita experiência. Tal como se consegue ver no evoluir da sua grande obra, há como um agrupar de ideias para chegar a um grande final. Isso é tudo muito bonito, mas mais uma vez, não se sabe muito bem, mas seria muito provável ser amigo do Picasso, deixando-se levar pelos amigos drogados Barceloneses, metendo-se a ferro e fogo na droga! Coisas como telas cheias de cores que só o artista compreende, esculturas de inspiração lasciva, outras de uma beleza incrível que não provocam qualquer tipo de dúvida, que são de imediato apelidadas de belas e indiscutíveis obras de arte, só podem ser produzidas sobre o efeito de drogas pesadas, bem como altamente inspiradoras. Por exemplo, quem no seu perfeito juízo pinta uma tela atirando baldes de tinta para cima dela e depois deixa-as encostadas a uma parede não as tapando? Claro que quando estava nas pinturas das paredes do seu ateliê, sujou as telas todas com pingos que vinham dos rolos. Uma desgraça. Mas julgam que se importou? Nada disso. “Está lindo!” – Disse no dia seguinte, felicitando de imediato o experiente pintor de paredes Dimitri, Kosovar por sinal. Mas um dos seus grandes trabalhos é de uma beleza brilhante. Exemplo: Três telas, uma à esquerda, outra em frente, outra à direita. E o que temos nestas telas? Vejam bem o poder da droga. Para uma série de pintores este seria o seu maior pesadelo, mas para Miró? Não! De uma só inspiração ele desenha três traços, um em cada tela! LINDO! Mas não se fica por aqui, antes de o fazer, pintou as telas de branco. Digam lá, é droga, ou não é?

Tudo o que vi por aquelas bandas é de uma beleza extrema, mesmo muito bem conseguido, mas… continua a haver uma cidade que fica sempre no meu coração, e muito mais do que Barcelona.

Quem nunca lá esteve, que vá. Quem já lá esteve, volte.

Gostei muito de Barcelona.