sexta-feira, 13 de agosto de 2004

Quem és tu, pá?

Continuo a achar que te conheço de qualquer lado, não sei bem de onde, será de onde a brisa corre por entre o vale que te embriaga de desejo? Ou será do bar onde fui ontem. Não sei. Ou sei? Os teus olhos são como duas uvas verdes, que anseiam por um copo, onde finalmente possam ser bebidos e tocados pelos meus doces lábios. Ó se eu pudesse ser vestido, só para o ser por ti, para puder tocar nesse teu ventre! No ventre era bom. Tenho quase a certeza que és a mulher de alguém que conheço. Mas quem? É alguém que me é muito próximo, mas quem? É alguém que eu compartilho um grande segredo, mas quem? Os teus cabelos são como searas ao vento, sedentas de água! De facto devias ter mais cuidado com os champôs que usas. Algo em ti faz com que o meu olhar rebusque o teu, em longínquos passeios por entre as floresta dos nossos pensamentos. É como que se eu conseguisse advinhar qual vai ser o teu próximo passo. A próxima frase... Está bêbado! Desse género de coisas. É como eu conseguisse saber o teu nome sem nunca o ter proferido. Julgo sentir as tuas mãos tocarem o âmago do meu ser, como se de uma peça de fruta se tratasse. Nem consigo imaginar outro cenário se não este: Nos teus braços, aliás com uma não na testa e outra na parede a segurar-me na cabeça, para eu em longas lufadas de ar, dizer tudo o que tenho a dizer, como que de um longo e pesaroso desabafo, à retrete, se tratasse. Esta sensação de que te estou a conhecer de algum lado, vou continuar a tentar a lembrar, porque eu quero saber, se te estou a perder. Será que me vais dizer? Será que vou conseguir lembrar-me? Será que vou ser uma pessoa de novo? Um insecto? Sim, um insecto, uma barata, nojenta, que trepa pelas tuas pernas, tão lisas como a seda que envolve a tua tez, e vou entrar e vou e tu vais gostar e eu vou gostar, as cuecas é que não vão gostar. Já perguntei a toda a gente que encontrei, ou que consegui arrastar até mim, mas essas pobres criatura nem conseguem encontrar a casa de banho, quanto mais saber se eu te conheço, Estou perdido, vou a nado, vou remar, vou remar contra a corrente, não, isso não! Já basta alguém o fazer vezes sem conta. Quanto mais te miro, menos te vejo. Quanto mais tento chegar até ti mais longe ficas, é como não quisesses estar ao pé de mim. Verdade seja dita, que o cheiro é nauseabundo. Acho... acho... já está! Mais umas longas lufadas de ar e já passou. Agora que estou melhor, já me estou a lembrar de onde te conheço. JÁ SEI!!! Tu... tu... tu... porra mas tu és a mulher. A minha mulher! Nunca mais vou a bar de strip. Um gajo vem de lá todo baralhado. Desculpa mãe!

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