domingo, 4 de maio de 2025

Sobe e desce

 Desço as escadas do arco iris

Procuro por partes de alma

Perdia no ar

Encontrada na vitória do amar

Silêncio surdo do grito

Viril, sem sexo

ou amor

Só Puro de conquistar

Ao encontrar

Os viris assombros, são

não são

Mas serão?

Volto a subir e quem encontro?

Nada... o ar, a alma que me viu descer

A que me viu tremer

A que agora me vê descer, de novo, mas... não estava a subir?

Mas?

Não... a ilusão que podes, mas não queres

Queres, porque podes, queres e afins...

Sins e nãos, sem mãos e com amor

Porque rima com algo que podemos continuar

A par de sentir, só posso vergar

Estar em uníssono com o sol nascente

E em concordância com o sol poente

posso sempre não acreditar

Manter a mente, sempre

assente, em tudo que mente

Ou que nada sente, no entanto, far-me-á sentir?

Sim, vai-me fazer continuar a subir, até chegar

Ao topo, onde estará tudo na mesma

Sem sentido e parvo e profundo

Com preguiça continuo, de encontrar o que me rege

Mas com a vontade de seguir em sítios que não são procurados

Por ocupados do nada

Por seres vis...

sábado, 15 de março de 2025

Peixe à caloiro

 

Ingredientes:

-          634g de peixe variado

-          1 cebola, ou várias

-          7,1 dentes de alho

-          153kg de batata

-          Azeite; a quantidade que conseguir suportar

-          Uma quantidade de leite

-          Um xicara

-          Louro, não um individuo, a folha da árvore, ou várias, depende da vontade

-          Soluços

-          Um martelo

-          Um punhado de salsa

-          Outro punhado de salsa, mas a fingir

-          Vários condimentos de mostrada

-          Uma colher de mel de vespa

-          Sal e pimenta q.b. (querida borrei-me)

 

Preparação:
Esqueça as batatas e faça com massa tipo cotovelos.

Num tacho, profundo, como os livros “O rapaz que prendeu o vento” e o “Gente pobre”, coloque o azeite que conseguir suportar.
Descasque as cebolas, mas não as pique, ou parta, coloque inteiras no tacho. Faz o mesmo com os alhos. Ligue o fogão (gás, eléctrico, o que lhe der mais vontade e até mesmo carvão, ou lenha, desde que não seja a gabaço). Quando começar a fazer fumo, coloque os peixes, mas sem espinhas e sem a cauda, dentro do tacho. Quando estiver muito fumo, ou chame os bombeiros, ou então abra as janelas e ligue o exaustor. Mas nunca, repito, NUNCA, ligue à mamã e dizer: e agora?!?
Neste momento, a essência deste vibrante prato começa a ganhar forma: pegue no martelo e desfaça tudo o que estiver dentro do tacho, com o vigor de um Viking! Se sentir que não é ainda vigoroso, quebre a xicara com o martelo, usando toda a força que tem e depois continue o seu caminho, a transformação de ingredientes em papa, chama por si!

Se está cansado, use o soluço.

Quando tudo estiver bem esmigalhado, junte a quantidade de leite e o resto dos ingredientes. NÃO MISTURE! Nunca! Deixe só estar…

Rectifique os temperos.

Deixei cozinhar em lume quase sem calor, durante o tempo suficiente para dizer: mas a merda do comer não ficar pronto?!?

Por fim, antes de servir, deite nas bordas dos pratos dos conviveres, o mel.

Se não fez acompanhamento, eu avisei…

 

Servir à temperatura mais parva que conseguir sentir e bom apetite!