quinta-feira, 7 de julho de 2005

Volta!

Procuro-te no fundo da escada, mas não te encontro, só um leve toque do teu perfume, que pelo cheiro, já deve ter vários dias. Desapareces-te, não te vejo à dias. Não consigo saber bem o que se passou. Estava tudo tão bem, andávamos tão felizes, tu na cozinha, eu na sofá, tu na casa da minha mãe e eu com os meus amigos, estávamos mesmo felizes, bolas pá! És mesmo mal agradecida! Fiz de tudo para te agradar! Comprei a máquina de lavar roupa nova, um lava-loiças maior, um esquentador de ligar automático, até comprei um caixote do lixo daqueles da reciclagem. Que queres mais?!?! Já não te batia à dois meses e tenho me controlado a beber, já só vinha duas vezes grosso para casa. Até comprei um saco de pugilismo para não te bater! Devias agradecer-me, pá! Até no outro dia fui contigo ao centro comercial e fui dar uma volta enquanto tu foste comprar trapos. É claro que mais que uma hora a fazer essas coisas, chega bem, mais vale isso que nada! Tens que ver as coisas por esse prisma. Já para não falar que uma semana antes de teres ido embora, encontrei a tua mãe na rua e até consegui falar-lhe e tudo! Ela é claro que depois de eu a cumprimentar ficou para lá a falar sozinha: “Você é um crápula! Estúpido! Veja bem o que está a fazer a minha filha, ela anda toda desgraçada...!” - Eu é claro que fiz ouvidos de mercador. E depois da morte do teu pai, nunca mais lhe disse nada, não a quero chatear. Por falar em fazer mal, como está a tua orelha? Melhor espero eu...
Só pode ter sido da lua, ou se calhar da gaja que estava na minha cama quando chegaste a casa. Mas podes voltar, eu já lavei os lençóis, a casa de banho e a cozinha. Eu sou mesmo bonito, não sou? Volta, por favor...

Sem comentários:

Enviar um comentário

CU menta!