sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Um mundo catita

Um mundo catita

PARA QUANDO ESTA PÉROLA??!! LINDO!!!

Fiquemos a aguardar...

Solstício de Inverno

Hoje é o fim do íncio! :) O dia mais curto do dia, dá lugar ao dia seguinte, em que são maiores!!!

YES!!! :)

Bem vindo sejas Inverno... Seu filho da pu...!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Atchim!

Vem um carro de baixo e outro de cima, qual deles trás quem estás à espera? É o verde, pois o outro não tem rodas.

Se fico mais um segundo, acho que me mijo todo. No entanto tenho medo de ir andando. Acho que vou ficar.

Xiii! Mais uma vez lá deixei o meu cão no tacho! Já é o segundo. Para a próxima vai de carrinho. Olha lá o bicho!

Mete uma coisa na cabeça, eu não sou o quem pensas que eu sou. Sou quem julgas que eu sou. Mas, és tu quem sabe quem é o teu amigo? Eu sei, que tu sabes que ele sabe, mas não vou estar a julgar ninguém por coisas desse género.

Vai e volta, o calhau naquela rua. Entra e sai, o carro na garagem. Porque razão o sol não é quadrado?

Eu vou dizer uma coisa. Uma coisa.

Gloria a nossa que vos parta ao meio! Se os pastos estiverem secos, as vacas vão ter problemas em cagar como deve ser. Coitadas.

Espirro estas palavras sem sentido, mas se virem, todas têm o seu significado, mesmo as que estão mal escritas.

É bom saber isso…

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Um dia em Lisboa

Primeira paragem.

Num dia, algures perdido num destes anos resolvi caminhar, deambular pela cidade, tirar umas fotos a Lisboa, passear, ouvir música, ler, esquecer que existia e quiçá passar um bom bocado.
9:30 da manhã, saí de casa, sem carro, apanhei o autocarro, rumo à Capital. Como não havia autocarro directo para o centro (Baixa), saí em Alcântara para a caminhada do Calvário até à Praça do Comércio. Passeio muito pouco típico, com aliás gosto de fazer. É bom saber que há coisas que não conhecemos e que estão ainda por descobrir. Vi prédios, casas, ruas largas, ruas estreitas e muito poucas pessoas. Não era de todo o meu intuito ver caras, figuras, senti-las, tinha mais a necessidade de sentir os sítios. Dois rolos de 32, um bloco e um livro seriam suficientes. Ângulos, formas de olhar, ver o que quase ninguém vê e pode não ser através da lente de uma câmara fotográfica, pode ser só com a alma, ou com o estado de espirito, o olhar que vê e diz mil palavras, não podendo ser ouvidas. Ao longo do passeio reparei que havia vários objectos que após serem recolhidos, podem ser analisados para futuras experiências da NASA. Há edifícios que falam connosco, pedem que os ajudem, outros que nos mandam dar uma curva e nos desprezam. A cada diapositivo projectado na minha retina, uma cantiga de cores suspirava ao meu ouvido, transmitia dor, ou alegria, tristeza ou gozo. Continuava a caminhava, sabia que só pararia quando chegasse. Passei Santos, caminhei quase sempre junto à 24 de Julho, via o Cais do Sodré e não queria lá chegar, mas não parava. Não sei porquê, mas todo o Cais do Sodré naquele dia parecia-me medonho, um local onde não queria estar, ou que ninguém devia estar. Quando lá cheguei, quase corri e só me apetecia gritar a todos quantos ali passavam para dali saírem, para fugirem, para escapulirem. Foi rápido, no entanto fiquei com saudades, mas não olhei para trás rumo aos passos do Concelho. Praça sem vida, sem cor, sem alma, sem nada. Todas as fotos que tirei a esta Praça saem sempre sem cor, menos sendo a preto e branco. Fazem lembrar as fotos tiradas na praia aos miúdos ao meio-dia. Eu explico; há som, há cor, mas depois de reveladas, nada...
Sorri mal cheguei à Praça do Comércio, como que se o ar do mar me tivesse entrado pela ventas e enchido os pulmões de Percebes, mesmo não havendo grande vento, mas o sol reflectido na pedra branca dava-lhe essa qualidade.

Segunda paragem.

Não escrevi nada, nem uma linha de jeito. Os sons, as cores, a excitação de andar, não deixavam sair palavras, só coisas parvas, rimas parvas, palavras parvas, tolas mesmo. Uma foto e zarpei. Estava na dúvida, no entanto a Rua Augusta é a minha eleita. Aí sim, caras, rostos e olhares. Não consegui definir o que via, só os via e não sentia nada. A cada passo mais me fazia confusão o não sentir as pessoas, como que se não estivessem lá, aliás, estão lá, mas não estão a sentir o que lhes aparece, ou o que miram, como se aquele local fosse um local qualquer. Desde logo abandonei as caras e passei de novo aos edifícios, em especial o topo. O que se passa no topo dos edifícios? Estão lá as coisas mais lindas, mais incríveis, mais fantásticas, e também as mais sem interesse que existe. É um misto de tudo e de nada. Desde a estátua, às cuecas de velha. Mas é claro que do nada pode-se transformar em tudo, o que interessa é o pormenor. Tolo, olho o topo dos edifícios, é como um vírus, que se propaga de uma forma demasiado rápida. As pessoas passam e olham também e como será óbvio referir, elas nada vêm, pois procuram desgraça alheia e eu, coisas bonitas. A fome apodera-se do meu estômago.

Terceira paragem.

Após um bom repasto e bem regado, nada melhor que subir a uma das 7 colinas. O sol convidava. Subi e subi, cheguei a um dos meus locais de eleição. Procurei um dos bancos de jardim, abri a mochila, tirei a música, liguei-a, sentei-me, mas sentei-me mesmo, tirei também o livro abri na página em que ia, li ao todo 10 linhas, deite-me no banco e adormeci. Há muitos, muitos anos que não dormia assim, senti que o meu corpo tivesse deixado a terra e passou a estar noutra dimensão, senti-me muito leve e tranquilo. Como quase todas as pessoas que sejam conscientes, haveria sempre o receio de perder tudo o que tinha e ser assaltado, pensei nisso quando acordei, mas de imediato passou-me, pois o sol dava-me na cara, enchendo-me de energia (mais ainda) para continuar. Levantei-me, assumi de novo a posição de sentado, li umas quantas páginas, mirei à minha volta, estava quase vazio o jardim. São horas das fotos da tarde. Água, sol, arvores, casas, edifícios, o rio. Ai o rio! Pensei que era aqui que queria viver e morrer. Há muito locais por esse mundo fora, mas este é de uma beleza incrível, não sendo nada de especial, torna tudo muito mais fabuloso. Ouvia os acordos de uma música que me faz sorrir e sorri. Verti uma pequena lágrima, doce e alegre. Sorri de novo. Senti-me em paz, respirei fundo, senti uma lufada de ar fresco, fechei os olhos, ouvi, senti e... a música acabou. Guardei o livro que jazia no meu colo, tirei a máquina e tudo me parecia lindo para fotografar. Deitei-me de novo no banco, a imagem era linda, uma, a água no bebedouro, outra, a vista, mais uma. Tudo, tudo era belo. Após uma última vista sobre aquela Lisboa, rumei a outras paragens. Tinha ainda muito que caminhar. Desci de novo á baixa, subi de novo, desta feita, à Graça.

Quarta paragem

Pedi uma bebida, e fiquei por ali, parado, sem pensar em nada, como que se estivesse hipnotizado. O pôr-do-sol era a razão. Dei-lhe um sorriso, disse-lhe até amanhã e ele foi-se. Arrepie-me, vesti a camisola, mas logo percebi que não era só frio, era a noite que lá vinha e eu ainda tinha outros sítios onde ir. Bebi outra bebida, tirei o bloco e escrevi. “Hoje é dia de esquecer...” Arranquei a página, amarrotei-a, pedi a conta e deixei a folha em cima da mesa. Era hora de descer pela encosta. Ainda pensei que podia ir ao Castelo mas a Avenida da Liberdade chamava-me e a noite vinha a passos largos. Quando cheguei ao Martim Moniz estava louco por comer um dos petiscos mais saborosos e mais simples da baixa. Um lombinho e uma imperial preta. Quanto mais pensava mais a saliva se acumulava. Pedi, esperei e ouvi as vozes à minha volta. As conversas são deliciosas naquele local. Servido o lombinho, provei cada dentada como sendo a última, como sendo a comida mais saborosa do universo, bem como a cerveja, tudo estava no lugar certo há hora certa. Comi e bebi, fiquei e esperei, respirei e ouvi. Sorria de vez em quando. Como são deliciosas, ignorantes e lascivas as conversas naquela local. É tão engraçado quando um homem diz qualquer coisa lasciva e depois olha em volta à procura de aprovação, ou desaprovação. Somos quase impelidos a concordar com o que o cavalheiro diz e abanamos a cabeça. Paguei e saí. A Avenida está ali a dois passos. Tinha que seguir. Senti o seu chamamento, era estranho. Parei na praça central dos Restauradores, coloquei a máquina a jeito, tirei algumas fotos à Avenida e a tudo o que nela sobe e desce, até ficar sem rolo. Senti uma enorme curiosidade em ver as fotos. Coloquei o rolo de emergência, ando sempre com um pequeno rolo de 12 para emergências. Fui descendo a rua. O Rossio iluminado é algo a não perder. A Rua do Oiro era outro dos locais que queria encontrar. O elevador de Santa Justa, outro. Estava feito, consegui as fotos que queria, estava na hora de saída nocturna. Subi a Rua do Carmo, o Chiado já tinha alguma agitação, parei no Camões e esperei. Esperei que chegasse alguém. Alguém… uma pessoa qualquer. Alguém!! Esperei mais um pouco, e outro tanto, mais um minuto, ninguém. Uma tristeza sepulcral abateu-se sobre mim. O sorriso de tarde deu lugar à raiva, à profunda tristeza, o querer desaparecer, fugir e não mais voltar. Saltei do banco e voei para dentro do Bairro Alto. Era o mote. Estava criado o estado de espirito para entrar. Corri um ou dois bares que normalmente costumo ir. Não é que sejam muito especiais, como aliás é apanágio do Bairro Alto, em que nada é especial, mas há muita gente que assim pensa, ou julga que sim. Uma coisa é certa, mais uma vez estava lá. Pedi quase sempre a mesma bebida e finalizei no Arroz Doce como de costume. Fiquei preocupado pois mais uma vez estava sozinho e não sóbrio. Parei um pouco com o Arroz Doce à minha frente e ouvi, escrevi e ri. Tenho esse texto algures, um dia quem sabe o revelo.
Encontrei um paralelismo inquietante entre o local do lombinho e as ruas do Bairro Alto. Fiquei contente e triste ao mesmo tempo.

Quinta paragem

Havia um último local, um derradeiro, o último. É um local onde me sinto bem, porque a música de vez em quando me agrada, no entanto foi o local onde já me senti pior na minha vida. Por isso é um local do amor e ódio, coisas que me atraem e mexem comigo. Depois de uma rápida descida e já “embalado”, bati à porta – Tudo bem Rui? – Cumprimentei à entrada. Estava relativamente vazio. Senti desde logo uma estranha sensação de inquietude, visto que tinha passado o dia todo a interiorizar. Dito e feito, a sensação de estar a ser olhado por todos, de estar a ser criticado por todos, fez-me sentir revoltado, angustiado. Acabei a minha bebida avidamente, disse até logo ao Rui e saí à pressa. Procurei o ar da noite, algo que tornasse a minha noite mais agradável. Procurei o rio, o consolo do rio. Hum! Tão bom... Sorri de novo. Já era tarde.

Sexta paragem

Esperei o autocarro, o frio e o sono começaram a apoderar-se de mim, resisti até à última réstia de energia. Finalmente chegou.
Entrei, paguei, sentei-me, pedi por tudo para chegar rápido a casa. À medida que passava por locais que tinha visto de manhã, comentava para mim: “Já passei por ali e a pé...”. Cheguei ao destino, muito, mas muito cansado. Saí e procurei chegar a casa o mais rápido possível. Os metros até casa pareceram horas, dias, semanas, quase em esforço. Abri a porta da rua, entrei, fechei a porta, atirei tudo para o chão, tirei a roupa toda, voei para a cama e descansei.

Final

Um último pensamento invadiu a minha cabeça, antes de dormir: “Tenho a boca colada de não falar, mas tenho a mente cansada de sentir. Até manhã” Sorri e dormi.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O que parece é

Suspende a tua respiração e calça a luva.
- Sabes, vou para a China!
- Hã?!
- Sim, foi isso que ouviste.
- Com quem?
- Sozinho!
- Não pode ser!
- Eu sei… mas chamam por mim.
- Quem?
- Eles…
- Ah! Já sei… Quem? Quem são eles?
- Eles…
- Explica-te melhor, isso não é conversa. Quem são eles?
- Eles… ora, são Eles!
- Estás portanto a gozar comigo, não estás?!
- Claro que não. Queria que fosses e primeira pessoa a sabê-lo.
- Ai sim? E quem te dá o direito de escolheres. E depois, quero saber já e agora, quem são eles!!!
- De facto não há muito a dizer. Eles são eles, os maus. E tu, porque te escolhi? Porque és a única pessoa que me ouve, ou com que eu consigo falar.
- Ouve bem o que te vou dizer:
- Sim…
- Tu não vais para lado nenhum.
- Não?
- Sim, não vais!
- E porque não vou?
- Deixa-me falar e acabar.
- Sim.
- Tu não vais para lado nenhum, pois se fosses já tinhas ido. Esse é o primeiro aspecto da questão, depois, na tua condição, não vais conseguir e por fim, volto a dizer que não podes, não tens o direito de falar comigo desse tipo de coisas.
- Não acreditas? Achas que estou louco? Sou um sonhador? Posso até ser , mas a força deles é superior a isso tudo!
- Estou a perder a paciência. Por certo não me ouves, ou não me entendeste. Queres que me vá embora? Que te deixe sozinho com as tua novas loucuras?
- Se o fizeres serás o primeiro a morrer!
- Como?! Como foi que disseste?
- Ouviste bem. Mato-te se fores embora!
- Calma! Tem muita calma. Não te exaltes. Sabes bem que eles estão sempre a vigiar-te. Ao mínimo sobressalto vais para onde não queres.
- Se for a culpa é tua, toda tua!
- Não digas isso, sabes que me magoas quando dizes isso.
- Sim, digo, vezes sem conta. É escusado dizer que a culpa é toda tua!
- Vá, não exageres. Tens a tua quota parte…
- Não, a culpa é toda tua!
- Não ínsitas!

(…)
Conversa entre duas moscas dentro de um copo voltado ao contrário, por um bruxo vesgo.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Consideração, considerada

Loucos são aqueles que pensam que os outros são sãos.

RadioHead

Radiohead- Karma Police

Radiohead - No Surprises

Radiohead - High & Dry

Radiohead - There There

Radiohead - Just

Radiohead - Creep

RADIOHEAD-RABBIT IN YOUR HEADLIGHTS

Espasmos

Sesmarias santas que vêm juntas de percevejos amarados aos pés e juntos por indicação do padre que foge a bem fugir do álcool e da santa que se espanta de ser insana e malvada, julgada e maltratada entra pela porta entreaberta de uma só vez, ou de vez em quando, por espanto de ser a mesma e única pessoa que nada sabe e tudo quer ser, não se pode saber se não será mas terá pela manhã um galo na testa e um ventrículo na cama, bem como uma moeda na garganta.
Festas da Boa Nossa e Nova semi-despida da verdade que sai pela sala e entra verde na minha forma de sorrir pela noite, ou dentro, da manhã, imergindo de fora para dentro, com o ventre, rente, o crente transforma água em qualquer coisa que se coma, pois a fome é mais que muita, já a sede é para os ricos que podem beber de onde querem e saborear o mel que brota das arvores, despidas, de novo, de folhas, de cobertura, para que possam ser apreciadas na sua essência, castanha, que a verde é mais rara e vigorante.
Ai pobre aquele que pensa.
Ai pobre aquele que sente.
De uma só vez vi dois galos à bulha, de nada serviu, pois a galinha estava torta.
Meter o que se compra no que se julga ser o que se adquiriu, mas no fundo não se sabe o que se comprou, sabe-se sim que é algo que foi adquirido, não sendo o que se pensava ser, mas sendo o que julgava ter-se comprado. Assim, compra-se só o que se precisa.
Viste?
Sopa de manga com duas colheres de chá de nabos em pó e uma pitada de coisas que fazem rir. Eis a receita mais frívola que já se conheceu.
Siga pela estrada fora, entra na próxima localidade e ensopa o bibe de manteiga de cabra velha, como as portas abertas e fechadas pelo tempo que nos percorre as veias, que pensamos ser todo igual, mas não, é do outro, o mesmo que foi a correr pela rua fora e dizia a plenos pulmões:
ESTOU EVENENADO!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Não pode ser, não me pode ter acontecido

Emborco aos litros o veneno que cresce nas árvores do jardim, um a trás do outro, numa toada de suicídio, sem querer saber quem conta comigo, ou quem lucrar com isso, ou até que pode sofrer com isso, o meu egoísmo emerge-me por todos os poros. Ao olhar para as minhas mãos, penso porque as tenho, para quê? Sei bem que em tempos pensei neste tema e disse o que disse, pensei o que pensei, mas neste momento tudo está posto em causa, tudo deixou de fazer sentido, o que antes julgamos certo, neste momento é a maior incerteza do mundo. O Rubem bem me disse que não ia aguentar a pressão. Eu não quis ouvir mais uma vez, pura e simplesmente não o quis ouvir de novo. Sou o que sou pelas minhas mãos e mesmo sendo ele o que é para mim, em nada muda o que eu possa pensar, devia, mas não muda. Só pelo simples facto de me ter enganado uma vez, eu terei sempre esta atitude com ele. Já o perdoei, e sei bem porquê, mas mesmo assim, continuo a dizer que sim, tudo bem, mas faço o que me vai no coração. No entanto nada disso interessa, pois o veneno está a fazer efeito e enquanto escrevo estas linhas, o mais rápido que consigo, deixo de sentir partes do meu corpo e as dores de estômago acentuam-se, tornam-se lancinantes, horrorosas! Ai! Alguém me podia ter dito que esta merda custava assim tanto… Mas o que eu estou a fazer? Não pode ser! Eu tão culto, tão fora de tudo, como posso eu ter caído no pior dos assassinos de pessoas, a falta de imaginação, a falta de criatividade! Não pode ser, eu não posso ter caído nisto! Vou vomitar, pode ser que o veneno ainda não tenha feito efeito. Não consigo… os dedos estão bem fundo na garganta mas nada, não sai nada, porra! Sai veneno maldito! No meio disto tudo sinto toda a criatividade, espiritualidade a fluir pelas minhas entranhas, querem sair, vou aproveitar e vomita-las! Não, não são a ideias que têm que sair e sim veneno. Azeite e mel, ou azeite e leite? Porque nunca nos lembramos desta tretas quando precisamos. Vou beber tudo ao mesmo tempo, pode ser que resulte.
NADA!
Espera… ah! Agora sim! Aí vem o nosso amigo! Não para aqui não… chiça! Não para cima do papel…! Vomitei tudo, acho que ainda havia algo, mas não sei bem se quero que saia. Deixei de sentir os pés e parte das pernas, arrastei-me de novo, aqui para a mesa. E as ideias que me correm pelas veias e querem explodir! Vou deixar sair uma, mesmo que não seja das melhores:

Sabem qual é o maior ser humano do mundo? É um homem muito alto.

E com esta ideia, fenomenal deixei de sentir as pernas e os pés. Bem, acho que o raio do veneno continua a fazer das suas. Acho que bebi demais. Logo eu! Não acredito no suicídio, não acredito em bruxas, no Pai Natal, em Deus e nem sequer acredito que a minha vizinha consiga voltar a casar com 78 anos, como fui eu deixar-me levar por isto? Tenho que arranjar uma justificação, não posso morrer sem saber porquê.
Primeiro: será que vou morrer e porquê? Deixa-te disso! Não tens tempo… Então algo mais simples, Porque bebi eu o veneno? Hum. É fácil. É bastante fácil. Sempre que penso nela, coisas estranhas acontecem. Só que hoje pensei demais. Deixei entrar a única réstia de consciência que me restava, erro mais que grave, que me pode ter custado a vida.
Tenho que lhe ligar, mas tenho vergonha. Tenho vergonha de morrer? HUM! Interessante. Pois é, acho que de facto o que se passa é que todos nós temos vergonha de morrer, daí não querermos morrer, ou não gostarmos de morrer. Pois, mas eu tinha vergonha de ligar para o Rubem e pedir ajuda, logo, vergonha de morrer, ainda por cima, ele ia perguntar logo se eu tinha as janelas fechadas e se andava vestido pela casa. Nunca suportou ver-me nu. É normal, mas eu acho que fazia de propósito. A minha magreza irrita todos, em especial ele, que tinha horror a apaixonar-se por mim!
Perdi tudo, pois deixei de sentir o meu sexo e liguei-lhe. Para meu espanto, só perguntou pelos chinelos de quarto que tinha cá deixado quando cá esteve acamado por causa de uma unha encravada e em dois minutos estava perto de mim.
Deu-me uma valente tareia e disse-me que o que eu tinha bebido eram os potes que estavam pendurados nas árvores, que ele com tanto amor, calor e carinho, tinha enchido de chá de beladona. Estava só dormente e não ia morrer. Nesse momento queria mesmo morrer, a vergonha subia-me à cabeça, mas de um só golpe, caí redondo no chão. A droga estava profunda na minha cabeça. Ainda um último pensamento surgiu:

Quem pensa, pensado é, mas quem come, nem sempre pode ser comido.

Dormi 5 dias, até me dar uma fome terrível, inigualável.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Na minha cave

Convidei-te para beber um copo
Fixa na minha mente só uma forma como te toco
Meto tudo, a faca e a mão
Sentes tudo, o frio e o chão
O calor do teu sangue fumega ao vento
Dilacero o teu corpo com a força de um jumento
De cima para baixo, movo o machado
Limpo tudo com o teu lenço lavado
Bem devagar sinto a carne a ser cortada
Quando entra lenta cada facada
Hum! Como é bom este cheiro
Hum! Envolto neste nevoeiro
De olhos bem abertos e rechonchudos
Sentes entrar os golpes bem profundos
Corto-te uma mama
Uma aqui outra na cama
É tanto o sangue e o pranto
Ficando o teu corpo ainda mais branco
Dás um último suspiro
Ficando morta, como eu prefiro.

Ainda faltam duas…

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Onde ficar perto do Porto

Casa das Cerejas

A uma hora do Porto, em Parede de Coura, LINDO!!!

Gente muito, mas muito simpática.

Apareçam, vai valer a pena.

E este ano foi...

Queria dizer bem mais à cerca deste Paredes de Coura, mas não há muito mais a dizer: foi muito bom.

No entanto, e porque este ano há um “no entanto”, não foi tão bom como em outras edições, pelo menos para o meu gosto de bandas. Quando penso no line up do ano passado, há nitidamente uma grande diferença nas tendências musicais. A ver vamos como será o 2008. Um coisa é certa, estou cá.

Agora, MUDEM DE CREVEJA!!! A Heineken é uma MERDA!!!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

11 da manhã, o sol estala na minha cara.

Uma noite mais calma que o normal. Dois bêbados, uma prostituta com ar pedante, um doente do miolo que me vem atazanando a vida quase toda, e vários cromos, dos difíceis, mas nada de especial.
A Zénia disse que aparecia mas não quis dar nas vistas. Depois da tarde no jardim deitados na relva, era normal. Não perdi a esperança, mas por outro lado achei que não seria possível. Já aconteceu com outras, mas com a Zénia… não.
Uma pessoa muito inteligente, demasiado, julgo eu. Mal de muita gente, pensa muito e quando tem que agir fica indecisa, por achar que pensa muito. Conversas que só em sonhos podia ter com alguém tão belo e fechado. De uma beleza fora do comum. (Como aliás são todas as mulheres nas minhas histórias. Tenho que parar com isso, senão torna-se cliché) Ruiva, como poucas, olhos cinzentos com alguns salpicos verdes nas extremidades, de uma profundidade assustadora, cinco minutos de olhos nos olhos e ficas sem alma. Muito rosada, com algumas sardas. Não usa e acho que nunca usou, qualquer tipo de maquilhagem, mas parece. A pele é de uma seda luminosa, os ombros de uma sensualidade violenta, os cabelos de um laranja forte, vivo e brilhante, a contra luz parece ser o sol. De um tom de pele puro, como que nunca tivesse sido tocada. As feições de uma Deusa do Olimpo, que tranquilamente nos fita e nos desfaz. Nem alta nem baixa, veste roupa fresca, o calor já vai fazendo as suas desgraças, o que deixa ver algumas partes do seu corpo, as suficientes para me dar apertos no coração. Uma dela é a transposição da cintura para as ancas, altamente inebriante. Só apetece meter a mão e sentir. O toque deve-se evitar ao máximo, sempre ouvi dizer.
Nos dias que correm qualquer tipo de toque é considerado uma evasão da privacidade e o primeiro sente-se como se sente o seu peito nu encostado no meu. Por um breve milionésimo de segundo tocámo-nos, nas mãos. Foi como um choque eléctrico. Senti-me ligado a ela para o resto da vida, foi de tal forma que a conversa parou, ficámos a olhar o azul do céu e com medo dos pombos. O que nos uniu foram os pombos.
Sofremos de “pombofubia”. Não gostamos que se aproximem, mas adorávamos ter mil daquelas aves em casa. É mais umas das incongruências da vida moderna.
A saliva estava já há muito seca, mas não conseguimos parar de evocar temas antigos. Um em particular excitante, a Grécia antiga. Devorámos teorias, livros, temas, discussões acesas, maravilhosas concordâncias, de arrepiar. Este é o mais apaixonante, dos mil e um temas que falámos. Desde o primeiro dia que achei ser uma relação tão especial. Achei que podia contar com ela para tudo, mas sei que quando precisar vai-me custar tudo. Ela diz que não, mas sei que não vai ser assim. Se for como ela diz, será ainda mais especial, mas sei que será como eu penso.
Trabalhei o resto da noite, a vã esperança não abandonou o meu coração, mas podia tirar todas as esperanças do meu corpo. Ela não viria. Saíram os últimos anormais, mais cumprimentos, o doente do miolo que me olha de lado. - Hoje não. - Disse eu. Deixei-o ir. Despedi-me de todos, pedi ao patrão se podia fechar a porta por mim. Ele assustou-se um pouco comigo e comentou que andava ali pombinha. Já nos conhecemos há tantos anos… Mas notou que estava diferente, no meio da melancolia, notava um sorriso. Perguntou-me logo se podia continuar a contar comigo. Eu disse num tom um pouco seco: Espero que sim.
Vagueei pelas ruas da cidade, mais ou menos deserta, só os turistas que são mais que os pombos, e por isso há que evitar, se faziam passear pelas ruas. 11 da manhã o sol estala na minha cara, meto a chave à porta e ela toca-me no ombro.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Ante (visões) II

Parede de Coura

Dia 12
Concertos de boas vindas.

Palco Depois das Horas

DJ FRA/Nitsa Club/Primavera Sound

Simian Mobile Disco


Devotchka


Sizo



Dia 13

BabyShambles


Mando Diao


Sparta


Blasted Mechanism


New Young Pony Club


M.I.A.


Jazz na erva:

ZAPPA_Low Budget research Kitchen

Palco (presunto) Ibero Sounds:
Slimmy


The Blows

Palco Fora de Horas
Guns n'Bombs


Crystal Castels


Dia 14

Dinosaur Jr.


New York Dolls


Mão Morta


Architecture In Helsinki


Gogol Bordello


Spoon
~

Jazz na erva:
Paulo Barros 4tet

Palco (presunto) Ibero Sounds:
Mundo Cão


6 P M

Palco Fora das Horas:
DJ Jean Nipon (dj ai)


Foreign Islands



Dia 15

Sonic Youth


Cansei de Ser Sexy


The Sunshine Underground



Electrelane


Peter, Bjorn & John


Linda Martini


Jazz na erva:

Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa



Palco (presunto) Ibero Sounds:
Born a Lion


The Right Ons


Palco Fora das Horas:

Boys Noise

U-Clic



Este ano vou ficar mesmo em Parede de Coura, e vós?

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Artic (Fucking) Monkeys!!!

Para não habituar, faço o relato com dois dias de atraso.

Artic Monkeys no Coliseu dos Recreios:

Primeira parte, X-Fife. Pá, não há muito a dizer. Só uma coisa, preferia que tivesse sido The Vicious Five, mas por razões obscuras não foram.

Artic Monkeys: Tarola tipo kalashnikov, guitarras tipo cavaquinho e voz cana charrada, ou rachada. LINDO!!! Os putos são mesmo muito bons. Quase toda a gente foi unânime em afirmar que as músicas são todas muito parecidas, se calhar menos eu e outro. Mal comparando, e os Ramones?
Achei-os muito profissionais, ou tímidos, das duas três.
Acho sempre que estão no início, tendo sempre muito mais para dar e neste momento já são muito bons.
ADOREI!

“Who deep to is to deep”

Força putos!

Um foto (que a merda da máquina resolveu avariar, mais uma vez. Pobre é assim. Mas já está boa. ;) ):
Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket


Obrigado pela vossa companhia.


Sou um pouco suspeito, mas o Coliseu é excelente! Que maravilha!

PS: O som estava nice. Para variar…

PS1: Quanto à Radar... sem comentários. Nada, um música, um comentário, NADA! Cuidado, podem ser despedidos! CUIDADO! :S

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Mudhoney II

“É muito difícil explicar algo que seja muito bom, já o contrário é bem mais fácil.”

Dito por algum idiota.

Para já quero dizer um coisa: LINDO!!!

Depois, não se faz. Quem foi o anormal que comprou o Paradise Garage??? Por certo que alguém verdadeiramente anormal, estúpido, desprezível e anormal outra vez. Quem o fez cancelou todos os espectáculos que estavam para lá marcados, inclusive o de ontem e outros tantos como Nitzareb, que era para se realizar dia 28 deste mês e assim não sei onde irá ser.
De qualquer forma o concerto de ontem foi no Culto Bar (Culto Club, ou Cenas…), para mal de alguns e para a surpresa de outros, como eu que pensei que fosse correr bem pior.
Achei piada um conjunto de coisas que por aquelas bandas aconteceram. Em especial um filho da puta dum empregado do bar que por mais que uma vez foi arrogante, indelicado, cabrão e filho da puta outra vez. Quando lhe pedi para guardar um capacete respondeu:
- Pá, abrimos isto hoje porque o Paradise foi vendido! Não temos que guardar nada!
Depois:
- Não há cerveja.
Ao que eu fiz um ar de espanto e ele:
- Pá, o que é que queres?! Não há!
E voltou costas sem que eu tivesse tempo para pedir água. Quando o fez ainda comentou algo com o amigo e começaram a rir-se. Ora este tipo de atitudes é de louvar. E uma coisa é certa, não ponho lá mais os pés e claro que vou comentar com o resto das pessoas que conheço estes factos. Devem ter aquela merda sempre cheia e não precisam de nós, pessoal do rock. Já o resto do pessoal que lá vai… nem comento.
A sala é ideal para concertos das bandas da laia daqueles tipos, mas para bandas como os Mudhoney, fica um pouco à justa. Claro que dá um concerto muito mais intimista, ou até com muito mais contacto, que foi o caso.
Pronto, agora que já disse todas as alarvidades, vamos ao que interessa.

d3o
Foi muito bom!!! Uma enxurrada de rock&roll cru, puro e nu! Uma grande performance de palco. Vê-se que gostam de Mudhoney.
No final do concerto perguntei o vocalista se não havia forma de se voltarem a juntar (o original), riu-se e disse que seria muito complicado.
Algumas fotos.
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Mudhoney
Mudhoney
Mal entraram em palco, pensei: “Este gajos são os Mudhoney! E eu vou vê-lo ao vivo! Foda-se!”
Não é meu hábito estar lá na frente, mas desta vez porquê não sei, estava bem lá na frente. Foram necessários 3 minutos para começar a dar uso às minhas Dr Martens, que sensação incrível, que loucura, que confusão organizada, o som, os encontrões estavam todos em consonância. Eu sempre achei que aquilo era estúpido e só o tinha feito um vez em The Young Gods no SBSR e adorei também, mas ontem, a cada música queria mais e mais, e mais, até que fiquei sem petróleo e com a boca tão seca que não conseguia engolir.
Gritei, puxei, ouvi, curti, olhei, arrepie-me, pedi mais e eles sempre a tocarem, com canções que eu bem conheço, que também já as cantei no carro, em casa, na rua e agora ali, junto a eles. Foi um concerto lindo! Adorei!
O humor do Mark, a boa disposição do Guy, o ar cool do Steve e o ar robusto do Dan, fazem esta banda ser o que é. Eu sempre gostei deles, mas neste momento fiquei a gostar ainda mais.

Algumas fotos:
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Os despojos de guerra.
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Tocaram até às duas da manhã, ainda consegui apanhar o barco.
Tenho a sensação que esta foi a primeira e a última vez que cá vieram. Para mim será a única, tal como já aconteceu com outras bandas que cá vieram várias vezes.
Não me lembro o alinhamento das músicas, conhecia todas. Mas no segundo encore tocaram muitas músicas novas, o que é muito bom saber, pois têm coisas novas.

LINDO! Estou rouco, dói-me uma articulação da perna direita, o joelho esquerdo, o gémeo da perna esquerda e outras coisas mais, mas estou bem satisfeito.

Ainda bem que a Radar não disse nada, isto é música pouco intelectual…

quarta-feira, 11 de julho de 2007

MUDHONEY!!!

Hoje é um dia muito especial para mim! É mais uma noite, mas tudo bem.

Vou ver uma das minhas bandas que mais gosto. É daquelas coisas, nunca pensei em vê-los.

Era para ser no Paradise Garage, mas por alguma razão que me escapa, irá ser no Culto Bar, ou Culto Club, ou Culto Cenas!

Fica aqui uma "pequena" homenagem.

Nem ponho o nome das músicas...

















A essencia do som!



Agora só faltam ver ao vivo:
NoMeansNo - Que já era para ter cá vindo, se não houvesse algum anormal que tenha recusado cá trazê-los!!!
Butthole Surfers - Que ninguém conhece ou não sabem o que é... normal por estas lados do planeta...

Merda mais aos HYPE! Ou lá o que lhes chamam...


Até logo caro amigo!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Resumo

Mais curto e com menos bandas, mas igualmente bom.

Para o ano estou lá!

Vamos ver se muda para:
Sagres Rock! ;)

Ontem (que para mim é ainda hoje)

Anselmo Ralph - Não vi. MESMO!
Micro Audio Waves - O que dizer? Foi bom. Estás muito magra rapariga... :P Claro que os bicos dos seios é algo que te fica bem, mas desvia as atenções.
X-Wife - Ao nível de outras actuações deles. Bom!
The Gossip - APAIXONEI-ME! MESMO! Até deitei uma lágrima... MUITO BOM!!!
TV On The Radio - MUITO BOM!!!
Scissor Sisters - Actuaram?
Interpol - FODA-SE!!! SÃO MUITO BONS!!! Que concerto! LINDO! FANTASTICO! MARAVILHOSO! Estou lá em Novembro. ;)
Underworld - Não vi. Acho que ia achar mau. Depois do que tinha ouvido e visto.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

E hoje temos para banquete:

17h00 - 17h20 Anselmo Ralph

17h35 - 17h55 Micro Audio Waves

18h10 - 18h50 X-Wife

19h05 - 19h50 The Gossip

20h10 - 21h00 TV On The Radio

21h20 - 22h35 Scissor Sisters

23h05 - 00h25 Interpol

00h45 - 02h00 Underworld


Já sei quando vou jantar... :)))

Quem se lembra de ontem?

Mundo Cão - Gostei muito. Acho só que o vocalista devia mexer-se mais. Fazer um pouco de performance de palco.
Linda Martini - Os Sonic Youth portugueses. Muito bom!
18h45 - 19h45 Clap Your Hands Say Yeah - É daquelas merdas... a voz... mais de resto foi engraçadito.
The Rapture - Tiveram um furo...
Maximo Park - Que pica!!!
The Jesus & Mary Chain - Foi bom. Achei que podiam ter puxado mais pela distorção. Devem estar cansados do barulho...
LCD Soundsystem - Sem espinhas! LINDO!!! FABULOSO!!!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Hoje

17h00 - 17h30 Mundo Cão

17h45 - 18h25 Linda Martini

18h45 - 19h45 Clap Your Hands Say Yeah

20h05 - 21h05 The Rapture

21h25 - 22h25 Maximo Park

22h45 - 00h00 The Jesus & Mary Chain

00h20 - 01h35 LCD Soundsystem


Já carreguei as pilhas!

Ontem

Ontem:

Y? - Não vi…
Bunnyranch - MUITO BOM!!! Uma grande surpresa para mim.
The Gift - Não comento… :P Mas digo que as bifanas estavam boas.
Klaxons - Nem sim nem não…
Magic Numbers - Em que século estamos?
Bloc Party - O do Coliseu foi bem mais forte. Devem estar cansados dos Festivais…
Arcade Fire – Giro, apesar de todos saberem os meus gostos.

No que diz respeito ao Festival, pelo primeiro dia, achei que têm a lição muito bem estudada.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Hoje

Para hoje, para além de previsão de chuva, que é normal no Inverno... temos:

17:00 - 17:15 - Y? (???????????????????????????????????)
17:30 - 18:15 - Bunnyranch

18:35 - 19:25 - The Gift

19:45 - 20:45 - Klaxons

21:05 - 22:05 - Magic Numbers

22:25 - 23:40 - Bloc Party

00:00 - 01:30 - Arcade Fire


Sem descriminações

sábado, 30 de junho de 2007

Sintra, anos 80.

(Para aqueles que se queixam, imprimam e leiam)


Resolvi embarcar numa pequena aventura com uns amigos “gadelhudos”, não do “Heavy” mas do “Gótico”. Digo aventura, pois para alguém que morou mais de 15 anos na Margem Sul, é uma aventura ir de transportes de Almada a Sintra. Objectivo: Parque de Campismo do Convento dos Capuchos no seio da Serra de Sintra.
Devia ser Novembro, o tempo estava muito inconstante, como é normal para essa altura do ano. Fiz a mala em casa e peguei na tenda, que tinha usado uma vez e mal a sabia montar.
Fiz-me ao caminho. Juntei-me ao grupo em Cacilhas, para a grande travessia. Lembro-me muito bem, parecia que ia com um grupo de bimbos que fazem pela primeira vez a travessia do Tejo. Mas o pior foi quando chegámos a Lisboa. Era tudo deles. Acho que se esqueceram que em Almada também há passadeiras e semáforos. Fomos a pé desde o Cais do Sodré até o Rossio. Uma atrocidade. Chegámos à estação de comboios e parecia que ninguém sabia o que era aquilo… Achei tão estranho estar a tomar conta de tanta gente crescida, mesmo não sendo, que resolvi observar o que faziam. Foi muito engraçado, chegando mesmo a ser cómico. Eu até pensei que estavam já drogados, e estavam, mas não daquela forma. Eu ria por dentro. Pensava se não estariam a ser “bobos da corte”. Era quase ridículo. O mais interessante é que as duas raparigas do grupo, as que não tinham namorados, estavam comigo. Mas soube bem. Este tipo de atitude é normal em mim quando tenho que ser racional, mas quando não é necessário, é complicado. No entanto, achei que haveria tempo para dar largas à minha imaginação quando lá chegasse. Como já conhecia bem a linha de Sintra, pois vivi na zona uns outros tantos 15 anos que dão para saber muito bem quais os melhores atalhos, assim, confiavam em mim para saber qual o transporte a apanhar. Senti-me bem a comandar as tropas, só não achava piada quando começavam com asneirada ao pé de pessoas mais velhas. Eu achava que dava mau nome a Almada, ou há Margem Sul. Pensava eu que as pessoas nos reconheceriam, como reconhecem nómadas de uma tribo. Pois… mas o que acontecia é que não havia distinções. Seguimos todos na gaiola. Gaiola é o nome que se dava à carruagem, que ficava num local qualquer no comboio, sendo o mais habitual no fim, ou no princípio do comboio. Os vidros eram reforçados por arames, quadriculados e tudo tinha um aspecto de área de combate. Era também onde o maquinista ficava, bem como o único sítio onde se podia fumar, sendo também um bom sítio para transportar todas nas nossas malas e tendas. Meio caminho andado e já iam no vigésimo charro, o que tornava tudo muito nublado. Lembrei-me de uma coisa. E comida? Eu levava enlatados, e eles? Pois… como será óbvio… nada! Ainda pensei se iriam comer da minha, ou se estavam à espera que as “mulheres” do grupo teriam essa incumbência. Pelos vistos a fórmula era comprar quando não tivessem. Pareceu-me justo. Sabendo que lá em cima não haveria nada. Ainda pensei se estavam a pensar arranjar um café onde houvesse Bolicaos, mas depois convenci-me que era mesmo uma questão de burrice, ou de falta de planeamento. Até havia um que já tinha sido dos Escuteiros, mas já tinha sido há muitos anos (4) e já não se lembrava. Eu sabia bem o que tinha.
Chegámos à Vila de Sintra. Qual a primeira coisa que tentamos fazer? Chegar pelo caminho mais curto aos Capuchos. Ora para quem conheça um pouco da Serra, sabe que dali até ao Capuchos não há como… a não ser que tenhamos algo que fure a terra, ou que possamos passar por dentro de propriedades, etc, etc… Dei a minha dica e foi bem aceite. Volta do Duche, Palácio da Vila de Sintra e começar a subir. Ainda houve quem achasse uma estupidez… foi o escuteiro. No entanto consegui demover a maior parte do pessoal. Subir e subir e subir. Caminhar pela estrada e subir. Eram já quase 3 da tarde e num dia de Inverno, era normal que a luz começasse a fraquejar, havendo algum pânico por parte das hostes femininas. Mas uma palavra tranquilizante do chefe de fila: O escuteiro. – Seria sempre bem vinda:
- Se nos perdermos vai ser baril, assim podemos vos comer e ninguém irá ouvir! – Dando um gargalhada solitária.
- Que piada gira… - responderam com desprezo.
E com este tipo de picardia lá íamos. Não sei bem ao certo quantos quilómetros são, nem quantas horas passámos na estrada, sei que já era quase de noite quando lá chegámos. O que valia era umas luzes que existiam dentro do parque… Como é óbvio, não havia qualquer tipo de condições para a prática do campismo no parque, se é que se podia chamar parque aquele lugar. Juntámo-nos a uns amigos que já lá estavam, há mais dias. Essa reunião foi muito estranha, um misto de alegria, repulsa e pedido de ajuda. Eram 3. A única luz que tinham provinha de uma lanterna. Eu não quis acreditar. Tinha que montar a tenda no escuro profundo. Estava cansado.
Lá para as 2 da manhã acabei de montar a tenda. Nessa noite dormi sozinho. No outro dia e como seria óbvio, não havia comida para todo, muito menos bebida. Claro que começou a chover. Serra de Sintra = a chuva. Porque era mais perto, descemos pela encosta Norte até à próxima localidade. Andámos um par de horas. É lindo caminhar pela Serra. Dá uma tranquilidade muito grande. A maior parte do tempo íamos todos calados, só se ouvia os paços, a chuva, que era miúda, e o vento. Quando estávamos a chegar, passámos por um palácio, semi-abandonado. Lindo! Cheio de mistério. A natureza há muito que se tinha apoderado dos jardins e outras partes da propriedade. A casa, neste caso, palácio, parecia que nos convidava a entrar. Estávamos todos em frente ao portão principal, não nos conseguimos decidir. Até que… o escuteiro… disse:
- Pá, temos que ir comprar mantimentos, caga nisso!
Claro que as raparigas que estavam do lado dele, pois toda aquele cenário arrepiava. Eu fiquei para trás, ainda fui olhando para a casa quando caminhava. Parecia mesmo que algo me convidava a entrar. Resisti.
Chegámos à povoação. Fizemos as compras certas: Latas de salsicha, batatas fritas, ketchup e muita cerveja. Este último item, trazia um pequeno problema. Quem o transportava? Prontamente alguém aconselhou que fosse o… escuteiro. Já se ia fazendo tarde e iniciámos longa caminhada de volta.
Mais uma vez o palácio, desta vez não parámos. Estava alguém ao portão. Nem nos atrevemos a olhar. Eu sim… enquanto caminhava observei. Que figura estranha. Alto, muito magro, de olhos carregados, que mal se viam, pois tinha um chapéu em bico enterrado na cabeça, de braços pendidos, pareciam enormes. As vestes eram velhas, mesmo muito velhas. Com um ar muito sério, de quem não sorri há vários séculos. Após um cruzar de olhos, voltou costas e saiu do portão. Eu como sempre era o último, não tive coragem de voltar a olhar. Sei se alguém me tocasse no ombro naquela altura, o coração iria parar. Só passados vários minutos é que olhei para trás. Já nem se via o palácio e não estava ninguém atrás de nós.
Mais à frente e porque estava tudo entediado, resolvemos fazer uma espécie de corrida. Rapazes contra raparigas. Tudo começou porque alguém disse, e é escusado dizer quem, que se os rapazes não estivessem ali, as raparigas não conseguiriam chegar ao acampamento, sozinhas. Claro que se gerou logo ali uma pequena guerra. Deixámos que elas partissem e saímos passados 10 minutos. E lá fomos.
Andámos e andámos e nada delas. Claro que achei que elas iam conseguir, até que… Começámos a ouvir gritos de socorro. Apressámos o passo e quando estávamos bem perto delas, vimos que estavam no gozo. Estavam no meio do mato, chamavam por nós, diziam que estavam perdidas e depois riam-se. Deixámos que continuassem até ficarem mesmo em pânico. Passado uma hora, os gritos já começavam a ser de desespero. Resolvemos ir ao encontro delas. Dividimo-nos em 3 grupos e fomos assusta-las. Claro que não conseguimos nada, pois o barulho das garrafas de litro de cerveja ouvia-se a quilómetros. Mas elas estavam mesmo perdidas. O pior é que também nos fizeram perder. Estávamos no meio do mato, os caminhos multiplicavam-se. Eu, sempre cá atrás, estava muito descontraído. Sabia mais ou menos que estávamos a caminhar na direcção errada, pois estávamos a caminhar muito para poente. Mas deixei andar. Mais uma hora de caminho e resolvi intervir.
- Pessoal, estamos perdidos. - Disse eu com os braços no ar.
- Não me digas... – Respondeu o Rui com um ar irónico.
- Sim, eu sei que pensavam que estavam perdidos há mais tempo. Mas eu tenho vindo a observar e estamos a caminhar muito para poente.
- Bem! Temos aqui alguém que está orientado! – Disse o escuteiro, irónico. Começaram todos a rir.
- Como é? Querem a minha ajuda ou não?
- E achas que consegues nos ajudar e não vais fazer pior?
- Se me deixarem ajudar, vão ver que estamos no acampamento em menos de uma hora.
- Isso é que é confiança. Ok, faz-te à vida.
Subi a um ponto bem alto e levei o meu amigo Rui comigo. Disse-lhe que tentasse encontrar alcatrão, ou um carro. Era muito difícil, estávamos mesmo no meio do mato, a única coisa que nos envolvia era mesmo só o verde do mato. De repente, avistei um carro numa estrada.
- JÁ ENCONTREI! VAMOS! – Gritei eu para o pessoal.
Fizemo-nos ao caminho. Em 15 minutos estávamos numa estrada. Só tinha que saber qual a direcção em que estávamos. Esperámos mais 10 minutos e lá apareceu um carro. Estávamos com sorte, pois era fim-de-semana e havia mais carros a passear do que era costume. Tentamos parar o carro, aos saltos e aos gritos no meio da estrada, mas não sei porquê o carro não parou. Achei estranho. Depois pensei um pouco e percebi logo. Éramos cerca de 8 pessoas, todas molhadas, de veste negras, alguns de cabelos compridos, com muito mau aspecto… eu também não pararia.
- Filho da puta! – gritámos todos.
E o carro parou de repente. Pensei que nos poderiam querer fazer mal, pelas palavras proferidas, mas como éramos muitos fiquei logo mais tranquilo. Alguns de nós correram para o carro. Ficaram um pouco à conversa. Depois o carro foi e eles voltaram para junto de nós.
- É por este lado. Temos que ir por aqui. – disseram os meus amigos.
Fiquei mesmo contente. O mais engraçado foi o que levou o condutor a parar. Pensou que queríamos fogo para acender um cigarro… Estranho!
Não sei o que se passou desde que eu disse que queria ajudar, mas uma coisa era certa, estava tudo a correr bem. Iniciámos a caminhada pela estrada fora, não devíamos estar muito longe. Não passava carro nenhum. Do nada apareceu uma carrinha de caixa aberta, do tipo pick-up. Pararam ao nosso lado e perguntaram
- Querem boleia?
Não queríamos acreditar.
- Não somo muitos?
- Vocês é que sabem… se couberem!
- Claro que sim!
E saltámos todos lá para trás. Foi lindo! Mais uma vez havia alguma coisa que me perseguia, como uma luz. Pensei na pessoa do portão e arrepiei. Dei um sorriso e agradeci.
Deixaram-nos mesmo perto do acampamento, agradecemos e eles seguiram caminho. Penso que nos acharam um pouco loucos, chegando mesmo a sentir pena de nós. A chuva ora abrandava ora voltava a cair. Estávamos todos com fome e tínhamos que acender uma pequena fogueira para aquecer as latas de salsichas. Eu precisava para aquecer as latas de comida enlatada, mas com a chuva, era impossível. Como nada resultava, foi mesmo frio. Soube tão bem! Mesmo muito bem. Claro que sempre acompanhado por muita cerveja. A noite já tinha chegado e o silêncio só era quebrado pelo estalar de uma ou outra árvore, pelas nossas vozes, que cada vez estavam mais caladas pelo cansaço e pelo vento, acompanhado de alguma chuva. O sono e o cansaço deram cabo de alguns de nós. Assim, fui-me deitar. Alguns foram para o convento dos Capuchos. Essa era a ideia original do acampamento, visitar o convento à noite. Eu não fui nisso.
Estava um pouco molhado, pois tinha passado a maior parte do dia a levar com chuva e com a humidade e frio que se fazia sentir, não estava a ser nada fácil aquecer. De repente oiço o fecho da minha tenda abrir e vozes de raparigas.
- Podemos?
- Hum… sim.
- Se não queres vamos embora.
- Não, entrem, entrem.
Pois é. A tenda onde estavam 3 das raparigas, ficou ocupada por uma rapariga e um rapaz, logo as outras foram despejadas. E para onde iriam elas? Para a minha tenda. Bem, eu fiz imediatamente uma série de filmes, mas a verdadeira razão era que estavam cheias de frio e acharam que ali iam aquecer. Eu estava no meio, uma do um lado e a outra do outro, agarradas a mim e tremiam mais que varas verdes. Eu passei a noite a tentar aquece-las. Tanto agarrava uma como outra, mas foi muito complicado. O pior foi quando comecei a sentir o corpo de uma delas e a tentação de ter algo com ela. Mas de imediato me passou a ideia. Como aliás faço com quase tudo o que diz respeito a estas coisas. Não sei explicar.
Eu não sou grande especialista em montar tendas e como estava o tempo, teria que ter cuidados extra, como por exemplo fazer canais de escoamento para a chuva, para não ficar debaixo da tenda. Pois… não os fiz( )e comecei a sentir água nas minhas costas. O que vale é que elas já não tremiam e dormiam tranquilamente. Não sei se foi pelo cansaço, se por outra coisa qualquer, adormeci.
Acordei e só já estava uma das raparigas na tenda. A tentação foi tanta. Ainda por cima era a que tinha achado mais gira. Agarrei-me um pouco a ela. Adormeci de novo. Quando acordei, já não estava lá. Foi meio estranho quando sai da tenda. Foi como se nada se tivesse passado. Não liguei.
Sentia-me sujo e queria tomar um banho. Perguntei onde o podia fazer e chamaram-me louco. Isso já eu sabia. Havia uns balneários ali perto, mas como é óbvio, com água fria. Mesmo assim tomei. Já passaram muito anos após esta aventura, mas ainda me lembro deste banho, como se fosse hoje. Os gritos ouviram-se na Vila, de certeza! A água estava tão fria, que depois de tomar o banho fiquei cheio de calor. Soube mesmo bem.
Fome de novo. Já não chovia e deu para acender uma fogueira. Juntámo-nos em volta dela a contar as coisas da noite anterior. Não falámos da minha noite com as raparigas. Principalmente falaram das coisas que viram e ouviram no Convento à noite. De arrepiar. Agora que se passaram muitos anos, sei bem que estavam a exagerar e as pessoas que viram, eram os guardas do Convento, bem como a droga a falar, mas tinham muita imaginação.
Chegara a hora de desmontar tudo. Eu e mais uns quantos íamos embora. A cerveja mais uma vez tinha acabado.
Já com tudo arrumado, saímos. As duas raparigas foram comigo, mais o Rui e outro. Os outros ficaram lá.
A descer era muito melhor. Chegámos num instante à estação de comboio da Sintra.
Muito poucas palavras foram ditas. Era um misto de cumplicidade, cansaço e timidez.
Apanhámos o comboio, ficámos de novo na carruagem gaiola. Dei um último olhar para a Serra e pareceu-me ter visto a pessoa do portão. Olhei nos olhos dele e sabes o que ele fez?
Sorriu.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Solstício de Verão.

É às 19:06!

Hoje é o dia maior do ano!!!

Aproveitem bem!



Amanhã vou estar menos feliz...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Radio Quatro

Radio 4

Radio 4 - Save Your City

Radio 4 - Party Crashers

Radio 4 - State of Alert

Radio 4 - Dance to the Underground

Radio 4 - Enemies Like This

terça-feira, 29 de maio de 2007

Fui às compras

Nomeansno - All Roads Lead to Ausfahrt
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“Mondo Nihilissimo 2000
Nothing means anything, everything's permitted
Nothing is forbidden, so anything goes

Let's take turns molesting the children
I'm so bored with my life
Yes, we'll take turns molesting the children
And then I'll go home to my wife

I was born to be an attorney
I was born to peddle cars
I'll make hell while the sun shines
Then I'll end up behind bars

Nothing means anything, everything's permitted
Nothing is forbidden, so anything goes

Let's go home and bury the children
In the cellar with my wife
They were all insured for millions
Now we'll do just what we like

I was born to live on credit
You know my Visa's solid gold
MasterCard is my religion
I've got a mortgage on my soul

Nothing means anything, everything's permitted
Nothing is forbidden, so anything goes

I'll buy that for a dollar!

Let's go to Guam and fuck the baby
I saw a tour on the internet
They say that Hell awaits all sinners
But they haven't got us yet

Something's wrong in the heartland
There's an evil that creeps across this land
But they say God accepts all sinners
So why should we give a damn?

I was born of love eternal
But now I do the devil's work
If there's a God up there in Heaven
He must be one big fucking jerk”

Continua a ser a minha banda favorita!


Editors
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Queria ter o original.

Estou muito ansioso pelo novo álbum.

Interpol
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Não conhecia. Adorei!

Electric Six
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Também queria ter o orginal e este veio com prémio, trás um DVD com os vídeos.




quinta-feira, 24 de maio de 2007

Mais uma noite em branco

Mais uma noite em branco, não com insónia, mas sim com vontade de conseguir entender.

Não foram necessários grandes planos, ou perder muito tempo para perceber onde iria eu seguir a minha vontade. A lua indicava tudo, estava meia cheia, como eu gosto. Segui pela estrada que circunda o mar, até onde achei que seria o sítio onde estaria mais bem escondido. Deixei todo o tipo de coisa poluente no parque e apeei-me. Ainda tive a tentação de trazer a máquina dos instantâneos, mas achei que naquela noite não iria necessitar de tal apetrecho, a minha memória seria o suficiente, bem como não tencionava contar a ninguém. A ninguém… não é bem verdade.
Desci a escadas que dão directamente à praia, estavam gastas pelo frenesim constante do sobe e desce de crianças, loucas por mar e outras por gelados. O mar estava tão calmo que se conseguia ver nitidamente o reflexo da lua no oceano, extenso, negro e frio. A brisa penetrante, que fere na cara, era gélida, gélida demais para a época, mas com um sabor tão refrescante, de uma humidade aconchegante, que nos apetece enrolar ainda mais nas roupas quentes e senti-la penetrar pelos poros da roupa. Estes primeiros instantes foram acompanhados pela estranha sensação que me iria ser revelado algo que não estaria preparado. Assustei-me. Parei, cheguei mesmo a dar um passo atrás. Que arrepio grande! Tinha tanto de gostoso, como de assustador. Olhei em volta, não se via ninguém. A noite que há muito tinha caído, senão fosse a lua, estaria escura, negra, como um manto negro muito opaco sobre qualquer foco de luz. As estrelas pouco brilhavam, a luz da lua não o deixava. O seu brilho cintilante e difuso dos pontos claros no céu, pareciam tremer de frio, eram ténues, enfraquecidos pelo brilho do astro cinzento. Com este pensamento, continuei a descer as escadas, sorri. Cheguei por fim à praia. A areia ainda húmida e rija da última maré fazia com que os pés não penetrassem muito no âmago da areia, ajudando na caminhada e possibilitando deixar as minhas pegadas bem visíveis. Mais à frente, a areia deu lugar a rocha, dura e cortante. Não conseguia ver muito bem o que estava a pisar, nem onde. Avancei com todos os cuidados, um pé em falso podia dar direito a uma queda e num local daqueles, sem ninguém por perto, estava a ser inspiradoramente assustador. Por vezes parava e inspirava fundo, tão fundo que quase não tinha mais para inspirar, como que se conseguisse inspirar todo o ar que havia disponível. Depois, parava, deixava-o dentro de mim, ouvia o coração a bater, deixava-o mais um pouco, o coração quase rebentava, em seguida, muito devagar deixava-o sair, todo até não haver mais. Cada vez que fazia isto, ficava tão tonto que gargalhava. Sentava-me e dava mais um sorriso. Sentia-me num misto de profundidade e alegria, de envolvência com o que me rodeava, uma necessidade de abraçar alguém e de estar deitado sozinho no meu quarto. Mais uma vez levantei-me e continuei. No reflexo da lua no mar, vi o contorno do local onde ia ficar. Era bem perto da água, mas com a distância suficiente para me sentir em paz com o mar e com a terra. Mais uns metros à deriva nos calhaus soltos e rocha firme e lá estava. Antes de me sentar, voltei a olhar em volta, só o astro cinzento me fitava. Senti a solidão bem como o afecto. Sentei-me. Iria ficar muito tempo ali sentado, por isso escolhi a melhor posição possível. Estava confortável. Olhei pela última vez a luz, o mar, o horizonte, tudo que conseguia ver, fechando logo de imediato os olhos. Queria só ouvir. A água batia nas rochas, acariciando-as, ouvia-se ao fundo um bater mais forte de ondas, mas muito calmo, como que se a onda caísse a um ritmo lento, muito vagaroso, não querendo ferir as rochas, ou as próprias gotas de água que formam o mar. A paz era de tal forma, que algo teria de ser feito para a quebrar. Procurei uma pedra com a mão, continuava de olhos fechados, encontrei, era mais ou menos grande. Atirei, mas não houve som da queda na água. Não abri os olhos, voltei a procurar mais uma e atirei de novo. Nada. Não abri os olhos. Tentei visualizar o que se podia estar a passar, cheirei, tentei ver pela humidade na cara se estava tudo bem, parecia-me tudo normal. Não estava a conseguir resistir muito mais com os olhos fechados. Voltei a encontrar mais uma pedra e atirei. Desta vez ouvi cair na água, mas parecia que alguém tinha dito um: ai! Era cada vez mais estranho. Estaria a ouvir bem? Não podia estar ali ninguém. Será que o som da pedra a cair teria feito o som de uma pessoa? Não resisti. Abri. A luz que vinha do fundo o mar era de tal forma forte que iluminava toda a minha face. Estava estarrecido com a cor. Viam-se movimentos lá bem no fundo, não conseguia distinguir o que seria. Eram tão harmoniosos como repentinos, de cores lindas, vivas. Os azuis, os vermelhos, os cinzentos e cores que não sabia que existiam, estavam cada vez mais próximo da tona. Não sabia se seria bom ou mau, mas não arredei pé. Neste caso, rabo. Formavam um círculo, com uma luz menos brilhante no meio, como que se a luz em volta estivesse a iluminar o centro. Subia em turbilhão. A cada metro que subia, os meus olhos abriam-se cada vez mais. O espanto e o querer ver tudo fazia com que se abrissem como nunca. Subiam, subiam e subiam. Ouvia-se o som de um pequeno remoinho átono de água, que se adensava quanto mais subiam. A luz era muito intensa, tive mesmo que voltar a fechar um pouco os olhos. Por fim, surgiram, ali, bem perto de mim, as luzes mantinham-se dentro de água, rodavam em turbilhão, por algumas sombras, vi que se tratavam de lulas luminosas, bem como outros seres marinhos que produzem luz. Com toda aquela agitação na água, era libertado o fósforo que lhe está contido, fazendo-a brilhar, aumentando a luz que envolvia todo aquele borbulhar. O mais fabuloso encontrava-se no centro. A princípio pensei ser prudente sair e fugir, mas por outro lado, não podia, pois estava colado à rocha, de espanto. No meio daquele turbilhão, estava uma Musa, uma Sereia, de feições indescritíveis, de uma beleza sublime, com um olhar penetrante. Cabelo negro, negro, negro, negro, mil vezes negro, de rosto branco, suave, de contornos suaves, sem um único traço recto, olhos pretos e de um branco na parte branca do olho que ofuscava. Sobrancelhas negras de uma finura incrível, sublinhavam a linda testa. Toda a pele era de um branco ofuscante, brilhante, suave, que podia ser adorado. Os lábios… o vermelho dos lábios, não havia descrição possível para o vermelho, só comparado ao formato, de tão bem desenhados que eram. Não se conseguia desviar o olhar, eram tão sensuais! Não sabia para onde mais olhar. Os cabelos longos, negros, escorriam-lhe pelo peito, cobriam parte dos seios, que eram de uma beleza avassaladora, que transtorna. Evito ao máximo o contacto visual com os mesmos, pois são de uma sexualidade tão forte que me impele a morrer para os observar. Os mamilos, que espreitam por entre os longos cabelos, sendo eles da mesma cor dos lábios, não os consigo descrever, só sentir. São belos. A cintura delgada, com uma transição maravilhosa e poderosa para as ancas, como todas as demais sereias, as quais terão a mesmo beleza, imponência e luz que esta, só pode! Linda, toda, desde o umbigo até à ponta dos dedos dos pés, que neste caso é composta por uma cauda de peixe, que é coberto por um longo manto de escamas cor-de-pérola. A transição de pele para escama é feita de uma forma tão ténue que não se consegue perceber onde começam ou acabam ambas. Perdia horas a contempla-la, nunca pensando que o que estava na minha presença era um mito, algo que não existe, podendo mesmo ser até uma alucinação, uma doce alucinação. Envolvido nestes pensamentos, oiço uma voz, parecendo que vinha do fundo do mar, mas ao mesmo tempo do peito dela:
- Fiz-te algum mal? – disse ela com uma voz muito doce e firme.
Olhei em volta, olhei-a nos olhos, olhei os seus lábios e de novo a voz:
- Sim tu… fiz-te algum mal? – de novo ela.
Tremi, não conseguia falar, nem sequer pensar, não sabia como o dizer, nem sabia se havia palavras.
- O que foi? Não respondes? – disse ela um pouco mais impaciente.
Eu tinha que responder.
- Eu? Porquê? – respondi a medo.
- Porque me estavas a atirar com pedras.
- Eu? Como é isso possível?
- Não atiraste 3 pedras para o mar?
- Humm… atirei? Quando?
- À pouco…
- É? Não me lembro. Desculpa.
- Não acredito que não te lembres.
- Pois… também não acredito.
- Estás bem? Pareces vago.
- Eu? Estou bem… - respondi com um sorriso de drogado.
- Acho que já percebi. Mas mesmo assim quero que saibas que não vim aqui para te agradar, mas sim para te dizer que és mau, que não és a pessoa bela que julgas que és, que a tua alma está conspurcada de desejos maléficos, que os teus olhos são de uma brilho falso, tens desejo de me possuir só pelo facto de que sou bela e não te importa o que eu sou na realidade.
Toda a sua expressão se transforma, as cores que a envolvem tornam-se de um vermelho vulcão, a sua voz quando diz tais palavras é tenebrosa, os cabelos esvoaçam, todo o seu corpo aumenta de volume, é assustador. Fiquei com a sensação que ela me ia transformar em pó.
- Mas… - disse eu tentando não passar a pó.
- Mas?... Ainda tentas desculpar-te? É mentira?
- Pois… de facto até é. Posso-te fazer uma pergunta?
- Não acredito! - di-lo dando um pequeno guincho, de mimada.
A água à sua volta ferve, estava irada, milhões de animais marinhos, muito feios, saltam. A água está cada vez mais vermelha e quente. Desta vez pensei que seria melhor fugir, mas mais uma vez não me conseguia levantar, estava estarrecido, como nos sonhos, quando queremos fugir e não conseguimos.
- Mas… sereia bela, linda, assim mesmo, assim como estás, neste momento, estás mais bela do que nunca, estás como sempre imaginei um sereia, que se mostra violenta, mas calma ao mesmo tempo, é como um sonho.
- Quem és tu? – tudo pára com a pergunta dela. Fica tudo parado no tempo, a pairar.
- Eu sou eu. A pessoa que quer encontrar o entendimento profundo, o entendimento único, o que une as pessoas para sempre, que nos faz ser um só, o que nos torna tolos e não deixa sorridentes sem saber que estamos.
- Quem?
- Eu.
- Não és o crápula que apareceu aqui ontem, que me fez promessas de eternidade e eu dei-lhe os números do Euromilhões?
- Hum… não.
- Não?!
- Não.
- A sério?
- Diz-me uma coisa, há quanto tempo não vais ao oftalmologista?
- Eu? Como assim…
- Vês bem?
- Claro que sim! Sou uma sereia, as sereias não têm defeitos.
- Não? Que pena… agora que me estava a apaixonar por ti.
Que conversa da treta, pensei eu, eu e todos os seres marinhos, pois começaram a bater em retirada. Por fim ficou uma lula meio tola, julgo que fosse a sua eterna companheira, que dava um luz fraquinha, mas dava perfeitamente para ver as suas feições e o seu brilho. A lua dava um jeito de a iluminar mais um pouco. Saiu de dentro de água e colocou-se ao meu lado. Tê-la ali ao meu lado foi demais, o meu coração ouvia-se fora do meu corpo. Não conseguia tirar os olhos dos seus.
- Achas mesmo que não vejo bem? – a sua voz estremecia na minha garganta.
- Não… sei… - não conseguia dizer mais nada, a voz soluçava-me.
- Sabes sim. Deixa-te disso. Vá deixa-te de parvoíces. Eu sou como tu.
- Não… sei…
- Tu que és tu, que te intitulas por Eu, eu sou como tu.
- Não… sei…
- Pára com isso! Pára! Acorda! Estou a ficar preocupada com o que me disseste.
- Pois… eu também ficava. Acho que alguém na tua condição, terá muitas complicações para resolver o problema.
- Achas?
- Claro. Imagina o seguinte: Sr. Doutor esta minha amiga tem um pequeno problema, vê mal. Isto para não falar que é uma sereia.
- Pondo assim as coisas… acho que será complicado mesmo.
- Mas há uma hipótese.
- Há?
- Sim claro que sim e tu sabes bem qual é.
- Não! Isso não! Quero viver e morrer no mar.
- E como fazes para ver melhor?
- Não sei nem quero saber, nem quero ouvir mais nada. – Amuou.
- Isso é mesmo de uma sereia, mimada como todas.
- Conheces mais alguma? Parece que sim, parece que sabes muito de sereias…
- És a única, mas quem vê uma vê todas.
- Não acredito! Para além de convencido, és machista!
- Estou a tentar arranjar uma forma de dar a volta ao assunto e tu insultas-me?
- Machista, convencido! E pelos visto és mesmo, pois tocou-te.
A última lula foi-se embora. Achei que seria a altura de parar com aquela conversa absurda. Ela era uma sereia, eu, um humano, simples, que queria encontrar sossego e pelos vistos tinha encontrado uma sereia com o feitio da minha ex-namorada. Achei tudo aquilo demasiado irreal, nada normal. A minha vontade era acordar, sempre julguei que estava num sonho, mas para meu espanto não estava, o que vivia naqueles momentos era real, estava mesmo a acontecer. Pensei que a melhor forma de acabar com aquilo tudo seria atirar-me para o mar, afundar-me até às profundezas. Pensei e assim fiz.
- ONDE VAIS!!?? NÃO!!! – Gritou ela.
Atirei-me e ela não me seguiu. Quando estava a caminho do fundo pensei que seria melhor parar com esta história do romantismo, de julgar que ela me iria salvar. Parei, dei meia volta e voltei para cima. Pensei que não iria conseguir chegar ao topo. Estava já bem fundo, mas com todo o meu esforço e vontade de viver, cheguei por fim ao topo. Respirei fundo, estava exausto. Ela chorava, rios de água salgada saíam-lhe dos olhos, não parava, torrentes e mais torrentes de água, parecia que não mais iria parar. Como era possível? Como teria ela tanta água dentro? O choro era incrivelmente profundo e a água era cristalina como nunca antes tinha visto. Dai a marés e o avançar do mar sobre os continentes. Eis a razão! Pensei eu, logo abafando este pensamento pelo cair de uma pedra na minha cabeça.
- Não sei bem porque choras, mas sei que me vou embora. – disse eu chateado e com voz de mimado.
- Quem está ai? És tu? Voltas-te?
- Que conversa é essa? Estás a dar comigo em louco, mais do que já sou.
- És tu! Sim és tu! E estás vivo…! Sim!
- Olha, sabes que mais, vou-me embora. Tu és louca!
- Não vás, por favor, não vás… suplico-te.
- És completamente louca! Não sei o que se passou contigo na tua vida, mas estás mesmo muito mal dessa tua cabeça.
- Não vás, não me deixes…
- Ai vou, vou! Louca! Adeus.
- Não vás… por favor…
A sua voz que ecoava por todo o oceano, tornou-se muito humana, demasiado, como que se estivesse ali outra pessoa, que não a sereia que tenho visto a sair do mar, parecia mais a voz doce de uma mulher, entristecida por um desgosto, murcha, suplicante. Parei. Não era capaz de a deixar ali. Aproximei-me. Não podia acreditar, já não estava lá a sereia, mas sim uma mulher, completa, com tudo, que chorava nas rochas, de cabeça nas mãos, chorava e chorava, não parava. A principio não quis acreditar que se pudesse tratar da transformação, mas quando ela levantou a cabeça, olhando-me nos olhos e pediu ajuda, estendendo a mão. Foi como que se o mundo inteiro tivesse caído aos meus pés. Era ela e tinha-se transformado em mulher, ainda mais bela do que quando era sereia. Peguei-lhe na mão, sentei-me junto dela e abracei-a.
- Obrigado. – disse ela com um voz entaramelada pelo choro.
- Porquê? Tu nem gostas de mim…
- Amo-te, desde sempre te amei.
Fiquei sem palavras, não podia ser verdade, quem era aquela pessoa, quem era aquela alma, quem era?
- Mas… - dizia incrédulo.
- Não digas nada, abraça-me, estou com frio.
- Sim.
Ali ficámos durante horas, até o sol raiar. Estava nua, seria um problema leva-la dali, nada fiz, levantei-me, peguei-a nos meus braços e levei-a até à minha coisa poluente.
Não será preciso explicar que consegui encontrar o entendimento profundo, o entendimento único, o que une as pessoas para sempre, que nos faz ser um só, o que nos torna tolos e nos deixa sorridentes sem saber que estamos.
Mas de qualquer forma faço um pequeno resumo:
O amor é eterno, já o mesmo não se pode dizer dos gelados.

Passados 7 anos, ela voltou ao mar. Nada pude fazer, aliás, sempre julguei que não seria possível, mas pelo menos ia curada. Os óculos ficam-lhe tão bem.