Duas da manhã, perdido numa praia no meio do nada… procuro desesperado
aquelas palavras que nunca ouvi: “…aquelas estrelas ali levam-te a Norte.”
Rebusco nos bolsos algo que me endireite, que me dê seguimento, mas sem
qualquer tipo de resultado. Do nada, oiço uma voz: “Aqui, aqui…!” - e um feixe
de luz!
Eu só me pergunto: “Que gente será aquela…?” - Para além do feixe, há uma
espécie de festa, de jubilo, como que no meio do nada, a paz estivesse
garantida e ao mesmo tempo, em êxtase. Assolo-me de uma forma cautelosa, (não,
a Filo está longe, a fazer panqueca…), só porque oiço cânticos em transe, que
gosto, mas com a quantidade de carapaus que comi, desconfio. Quem serão? Não
reconheço nem um… quando chego à beira, metade estão de máscara… ainda pior. Só
penso…: “…terei estado durante dias, talvez meses, dentro de um mundo fechado
que se assemelha agora a algo com um rito?” - Mas não… são só tipos com os
copos, de volta de uma fogueira a tocar o costume… nem vou dizer o que é… mas
no mesmo álbum há um elevador…
Fico estasiado com a forma como tudo se move… em compasso bêbado, com o ritmo
blues encadeado, como se de uma roda dentada manca se tratasse. Como se uma
roda gigante falhasse o dente. “Eish…. Pum” e mais um acorde.
Dentro do que estava a viver, continuei sem rumo, e deixei os mancos, como que
se procurasse pelo fim do nada. Não o encontrei, mas deparei-me com algo que me
fez regressar à minha infância. Um sapo… um sapo na praia? De noite? Podia ter
3 conotações, mas eu só me lembrei de uma, “alguém não deve gostar de sapos”,
pois eram muitos… e eu na verdade não sou muito fã… mais uma vez, tentei
procurar algo que me desse paz…
Na bruma da noite estrelada, encontrei um sítio onde
pequenos espinhos secos, ostentavam formações amo fraditas com casca. Estremeci!
“NUM CAMPO DE CARACÓIS E CENAS AFINS!?!? QUE NOJO!!!” Mas não, eram só alguns
caracóis listados… estava só perdido, “Calma parvo!”
Daí que pensei…: “não, isto não vai
fazer com que eu encontre a civilização!”
Vou continuar a tentar encontrar algo que me faça sentir em casa… por favor!
A floresta adensa-se, sem ter em conta, tenebrosa, defunta, e com pelos nas
costas! Sem saber o que lá vem (ou o que vem lá), berro em desespero: “PASQUIM!!!”
Alguém responde: “HERMITA!!!”
Para além disso, nada… nem um arroto… num peido, nada…
No fim, muito no fim, uma sombra, um movimento e um vulto
enorme. Pensei que não ia sentir a luz do sol por muito tempo, pois sentia a sombra
do vulto, senti a falta da ajuda de todos, mesmo os que juntos cobram sobre
outros, como que a de uma montanha ao fim do dia de Outono, que tenta ser uma planície
de uma praia paradisíaca… olhei, pensei e disse: ZÉ!!!!
Estava salvo! O Zé há uns 3 dias a trás, neste momento mostrava-se seguro e de
cajado na mão, tranquilizava metade do povo. A outra lia Platão e o resto
achava que o Big Brother era algo que podiam ter na varanda!
Fiquei muito mais tranquilo e dei comigo a cantar: “Always look on the bright side
of life!”, ou o “Espinosa”… (IN O INCESTO), alternadamente.

“Procura sempre o testículo mais longo. Só ele será o teu guia nas trevas.” Provérbio Uzbeque
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