(Caros leitores do que quer que seja parecido com algo que mais parece uma coisa que é igual ao que está aqui escrito, se não conseguem, ou não têm "olhos" para ler este vistoso texto, nestas coisas coisas que enviam raios zepa, é favor imprimir e ler em papel. Thank thank, e-u.)
Precisamente quando já fazia parte da multidão emergente, o meu querido arqui-inimigo Sebastião Vulva, gritou por mim.
- Valter!
Eu não queria acreditar no que ouvia, não podia ser ele, ele era a última pessoa que poderia encontrar aqui neste terminal de comboios. Depois de tantos quilómetros e países, encontro este enervante vegetal, este encéfalo gigante desmamado. Tentei esconder-me.
- Estás-te a esconder?
Como é possível? Como podem existir pessoas assim? Pessoas não, alcunha de pessoas, seres vivos assim, coisas... coisas que julgam que pensam, com cérebros de mamute, esponjoso, embebido em saliva de rato de esgoto!
- Vá! Não te escondas… eu sei que és tu.
- Sebastião! Então, como estás? Não te tinha visto - respondo eu depois de equacionar todo o tipo de fugas possíveis e imaginárias.
- É pá, pensei que te estavas a esconder…
- Não estava aqui a apertar os meus sapatos.
- Ah! E então, tudo bem?
- Sim, já estão apertados.
- Hum?
- Os sapatos…
- O que têm?
- Estão bons, sim…
- Sim? E então?
- Então?
- Sim?...
- São os meus sapatos apertados, já estão apertados.
Uma das vezes que me aconteceu uma situação parecida com este violento anormal, fiquei dois dias a pensar que tinha um prego na alma.
- Eu não te perguntei nada sobre os sapatos.
- Não? Então?
- Perguntei por ti, como estavas.
- Ah! Estou bem, acho eu.
- Achas?
- Sim, porque quando fico com a sensação que não estou confortável, fico tão impaciente que não consigo responder a perguntas normais.
Senta-se uma pessoa nas costas do banco onde estava sentado e pergunta.
- Do you know if the train to Chicago as left?
- Não.
- Thank you.
Passa uma senhora com um ramo de rosas tão grande, que mal se conseguia equilibrar. Acabou por cair sobre o Sebastião, ficando com a cabeça enterrada no meio das flores e no meio das suas pernas. Aproveitei a oportunidade para fugir. O pobre desgraçado bem que gritou.
Fiquei em Nova Iorque mais um dia, com a esperança de o despistar. Sabendo eu da sua persistência, viajei de autocarro para um estado mais a norte.
Estava sentado, de novo, no terminal, quando oiço:
- Valter!
Pensei. Se correr muito ele não vai dar por mim e ficará a pensar que era uma alucinação. Quando estou assim corro muito depressa. Assim fiz. Quando já estava no táxi, pensei se fosse de Táxi até à próxima cidade seria uma óptima ideia. E assim fiz. Revi os meus apontamentos, o dinheiro que tinha comigo e dei a direcção. Passados alguns minutos, o condutor retorquiu em árabe:
- Ighmil?
- Não fumo.
Fizemos mais uns quantos quilómetros em silêncio.
Só depois de estar no táxi e dele ter zarpado a toda a velocidade é que percebi. O Sebastião tinha também apanhado outro táxi e estava a seguir-nos.
Mesmo sentado, corri com todas as forças possíveis. Não eram suficientes, pois tinha-o logo na minha peugada, o qual alegremente falava comigo como se não estivesse a correr. Fiquei tão estranho e preocupado que resolvi ser mais expedito.
- Olha Sebastião, eu não gosto de ti e como sabes, somos arqui-inimigos, por isso, gostaria que me deixasses em paz.
- Look Sir I don’t like your attitude, so please I’m going to leave you here if you don’t mind.
- Desculpe, estava a sonhar.
Já me perseguia nos sonhos, começava a ser preocupante. Consegui convencer o condutor a levar-me ao destino. Pediu para ver se eu tinha dinheiro, mostrei-lhe parte dele. Ficou satisfeito.
Desta vez perguntou-me em Holandês:
- Delhgruther?
- Só puro malte.
Estava muito cansado. Tentei lutar cegamente contra o meu cansaço, para não mais adormecer. De tal forma que me começou a doer o rabo. A maldita viagem não tinha fim. O meu intuito era que o taxímetro, que ainda era dos antigos, ficasse em $999,99. Este dinheiro seria mais que suficiente para chegar a outro país qualquer, deslocando-me doutra forma de transporte, mas devido à emergência, tive de o gastar desta assim, neste táxi infecto e branco como os dentes do elefante do Mohamed. Quando passámos mais de meio caminho, o condutor disse que se sentia muito cansado, que teria de dormir. Não quis acreditar no que ouvia. Propus que fosse eu a conduzir. Eu não estava autorizado a conduzir aquele veículo, mas como era noite serrada, não haveria problema. Fizemos uma pequena pausa à beira da estrada, deixei-o dar uma pequena volta. Entrei no lugar do condutor e arranquei, sem o condutor... estava a roubar um táxi num país onde estas coisas são muito perigosas, que giro. Olhei para o nível do tanque, estava quase vazio. Nada prudente. Abandonei a táxi até não ter mais combustível. Fechei-o e guardei a chave. Podia-me fazer jeito daqui a mais uns dias. A noite tinha caído a um ritmo estrondoso. Seria mais uma hora ou duas até à próxima cidade. Já se avistavam as luzes. Parei debaixo de um poste de luz, tirei o meu livro de apontamentos e escrevi com grande precisão o que me tinha sucedido nos últimos dois dias. Tive a impressão que se continuasse com este ritmo não teria forma de continuar a viagem. A loucura de estar dias a fio sem ver uma única pessoa conhecida estava a dar comigo em louco. O Sebastião, não era assim tão importante para mim, era um velho amigo que não via há anos. Não era nada e nem se parecia com o meu arqui-inimigo. Era até bastante agradável de se estar. Adormeci mais uma vez embrenhado nestes pensamentos. Descorei por completo a minha segurança. Não se ouvia ou via nada nem ninguém no raio de quilómetros, só as luzes da cidade mais próxima.
Sempre que me deixaste entrar, fizeste-o de uma forma horrivelmente boa, enervantemente carinhosa, de uma simpatia que me deixa sempre com vontade de continuar, de querer mais, de falar até que a cabeça rebente com tanta coisa que tenho para dizer. O mais engraçado é que tenho a noção que podia dizê-las igualmente em silêncio, ou até mais.
Acordei no banco de trás de um carro, que me parecia um carro de polícia. Voltei a adormecer. Voltei a acordar passados dois minutos e de novo acordei no mesmo carro. Não! O Sebastião outra vez e a conduzir o carro. Fiquei muito mais descansado pois sabia que era tão absurdo que não podia ser verdade.
- És tão engraçado.
Disse ele.
- Não vejo qual o sentido dessa frase.
- Claro que não. Se sou eu que a digo não podes de facto saber.
- Isso é que te enganas, pois sou eu que a estou a dizer.
- Isso é tão engraçado.
- Eu sei. São as palavras. Olha uma, e outra, e mais uma, e outra. É giro não é?
- E se te calasses?
- Vou tentar.
- Óptimo.
O sonho era de tal forma quente que tentei retirar o maior partido dele, mas não me deixava respirar mais que uma vez, não estava a conseguir. Acordei. Tentei voltar a adormecer, pois o que estava a sonhar era de tal forma mirabolante que queria voltar. Claro que o calor de manhã no deserto era muito forte, tão quente que nem um camelo de má rês se aguentaria naquelas partes. Segui o meu caminho. Duas horas a pé sobre aquele calor e com uma mochila e uma mala com o material de documentação, era um desafio bem vigoroso.
Dá-me a mão, vamos por ai, vamos passear, apanhar ar, contar as sequóias, distinguir o canto das aves, fazer figuras com as nuvens, enchemo-nos de paranóias, vamos rebolar na relva e descansar de barriga para o ar, enchermos a peito de ar e ouvir o vento a passar.
Vem, anda, dá-me a mão.
Vamos esperar que o céu escureça, que nos caía em cima, que nos esmoreça, que nos encharque e que nos faça rir.
Anda, dá-me a mão, vamos!
Corremos, pulamos, fugimos, roubámos fruta, ficaste quase enxuta, eu também e paramos.
Dá-me a mão, vem, anda.
Rimos pela última vez, de lábios colados, um raio nos fulminou, nos juntou, nos uniu, puta que pariu!
Faço a mesma pergunta algumas vezes seguidas. Não sei o que foi, nem sei bem porquê. Mas tu…
Queria pensar em ti de uma forma menos lasciva.
Mal cheguei à próxima localidade, procurei um Motel, ou algo onde pudesse alterar a minha figura. Por certo que estaria a ser perseguido pela polícia, não sendo nada agradável ser-se apanhado. Não tinha planos, pela primeira vez em anos, não tinha forma de dar a volta à situação. Encontrei um Motel, dei um nome falso. Paguei e fui para o quarto. Rapei o cabelo e saí. Ainda me senti tentado em dormir um pouco, mas não seria nada prudente.
Desde a última carta que te enviei que quero ainda te escrever mais, com o desejo que as leias. Quando as lês, sinto os teus olhos a acompanharem os meus lábios e isso é uma imagem bastante agradável.
Cheguei à estação de autocarros e a polícia estava por todo o lado, pensei que me iriam reconhecer, no entanto o meu disfarce de maneta seria mais que convincente para aquela estirpe de polícia. Aproximei-me no bebedouro, baixei-me e a minha carteira tombou sobre o chão, caindo numa poça de gasóleo. Tinha de recuperar a carteira, todos iam notar nos grandes emblemas do Sport Lisboa e Benfica em ambos os lados da carteira! Pedi a um cão que por ali passava que a recuperasse, mas olhou para mim com focinho de cão Inglês e borrifou-se. Ainda pensei que fosse por ser um cão estúpido, mas quem estava a ser estúpido era eu, pois o desgraçado só entendia Inglês. Ainda o chamei:
- Venha aiqui, Caw, caw ajudarer, je. - Mas acho que ele não entendeu.
Arranjei outra forma de apanhar a carteira, mesmo espalhafatosa, mas ao mesmo tempo muito desgastante. Utilizei o pensamento. Quando já tinha a carteira não mão, deixei-a de novo cair, mas desta vez em cima da pata dum polícia de grande envergadura. Com voz de trovão retorquiu:
- O Xor. é Português?
Ao que respondi a urinar-me pelas calças a baixo:
- No Sir Officer!
- Ai xim? Então donde xão esstex emblemass, oh camandro!?
- I’m sorry, I don’t konw what are you talking about. That’s not my wallet.
- E quem essta a falar da carteiira, oh murcom?!
- What?
- Oube lá, deixate de merdass e ressponde-me já, ou então baiss paxar uma noite ao calabouxo e não bais gosstar!
- Promete que não diz a ninguém?
- Oh meu ganda cabramzão! Então éss Portuguêsss e xo agora é que dizeis?! Eu bem que te tirei a pinta, mass na quiss dixer nada. Mass de facto as marcass no braxo a dizer Amor de Mãe não inganão ninguém! Oh cabrão!
Dizendo isto, dá uma forte gargalhada, bate-me com toda a força nas costas e puxa-me para ele, dando-me um abraço terrivelmente apertado, que quase que me tira os sentidos. Pego na carteira, que estava ensopada em combustíveis fosseis e vou com o Sr. Agente da autoridade Americana “tuga” para parte incerta. A caminho do desconhecido, só me benzia que aquela latagão não me levasse para junto dos outros “tugas” e me exigisse como troféu de caça, metendo-me a beber Super Bock e a comer cozido à portuguesa feito com ingredientes Americanos. Já por si só o cozido já é mau, mas ainda por cima com ingredientes destas partes, seria por demais assumidamente horrível.
Mexo e remexo no teu cabelo, a cada vez que o faço sinto a suavidade que envolve os meus dedos, o cheiro que se liberta, penetra no meu nariz enchendo-me de suaves tentações de te beijar e de te ter no meu regaço. Oh suaves lábios que brilham com a luz de mil velas e aquecem o meu coração! Oh tentação! Olhas nos meus olhos, olhos meus os lábios, parecendo que os ouves e num gesto subtil, sinto os teus lábios junto dos meus, em suaves movimentos e carícias envolventes. É melhor que eu alguma vez podia imaginar... É bom demais!
Quando dou por mim, estou numa associação de “tugas” com uma mini Super Bock na mão e a ser apresentado a todos os “tugas” que lá estavam. O cheiro que pairava era-me muito característico, mas tinha um não-sei-quê a McDonald’s. Lá percebi o que se passava. O que eu temia estava a acontecer, estavam a fazer cozido à portuguesa com ingredientes Americanos... Senti um vomito e bebi a mini de tacada! Não ia conseguir aguentar por muito mais tempo. Tentei chegar à fala com o meu amigo latagão, mas já estava no meio dos outros labregos e eu aqui, com uma sopeira que não me largava.
- De onde sois?
- Da minha terra... – dizia eu sem olhar para ela.
- E onde é?
- Lá, na minha terra...
- Ah, que engraxado. Eu xou de Goães. Conheceis?
- Já lá fui mil vezes nos últimos 100 mil anos...
- Ai xim? Ah! Que engraxado! Sabeis onde fica a paragem da camioneta?
- Claro que sim. – Nem olhava para ela, tentava procurar os olhos do latagão.
- Ah! Estou banjada! Eu nasci na casa que fica mesmo ao lado dessa paragem! Oh home! Vamos ali para trás que eu quero-vos dizer uma cousa.
- Hã? Desculpe? – e finalmente olhei para ela. Fiquei de boca aberta. Era linda! Tinha os seios mais lindos que eu já alguma vez tinha visto, os olhos mais verdes e de uma formato lindo, como eu nunca tinha posto os meus castanhos em cima, de uma formas lindas, baixa como se quer a uma mulher no Norte de Portugal, sardenta, rosada, de cabelos longos e avermelhados, de uns lábios esculturais, dumas mãos suaves e angélicas, como que se nunca tivessem sido tocadas por ninguém, com carne, rija, forte, meiga como a doce brisa duma manhã de verão. Puxou-me e fomos. Ainda estava extasiado com tamanha beleza e não sabia para onde me levava. Fomos para as traseiras do pavilhão. Ela dava risinhos pequenos e dizia baixinho que eu ia gostar. Eu prestar atenção para onde ela me levava. Até que chegámos. Atirou-me para cima da cama, tirou-me a roupa em dois segundos e a dela em meio segundo. Sentou-se em cima de mim e pura e simplesmente engoliu o meu sexo com o dela. Eu ainda estava extasiado. Senti uma dor fulminante no coração e sabia o que me estava a acontecer, estava-me a unir com ela, estávamo-nos fundir um com outro. Primeiro pelo sexo, depois pelas mãos, que se apertavam com toda a força. Ela com os seus olhos verdes mirava-me e dizia coisas porcas e lindas. Saltava em cima de mim e eu queria mais. Senti os peito dela nas minhas mãos e senti-me a unir-me de novo com ela. As minhas mãos penetravam nos seios dela e lá ficavam, não conseguia tirar. Ela mexia no meu peito e gritava para todos ouvirem que ia ter o orgasmo da vida dela. Eu estava de tal forma que me deixei ir e... gritámos até não ter mais folgo!
Sopro a tua alma
que enche as minhas veias
de sede
de te ter nua
no meu leito
desfeito
pelo teu corpo que rebola
agora, louca
encosta na minha boca
o teu corpo
quente, húmido
e perfeito
sem jeito
fico a mirar-te, a amar-te
sempre a tocar-te
com o olhar
ou com o ar
sinto o teu amar.
Fiquei com muito receio que nos tivessem ouvido. Eu não sabia o que dizer, mas olhei-a nos olhos e disse:
- Amo-te!
Ela olhou-me nos olhos e disse:
- Sou a mulher do rapaz que te trouxe para aqui...
E eu disse:
- Ok....
Vesti-me mais rápido do que ela dissesse: PNEUMOULTRAMICROSCOPICOSSILICOVULCANOCONIÓTICO!
Claro está que o latagão agarrou-me pelo sexo e puxou-me para junto dos seus comparsas a fim de fazerem uma rebelião. É nestas alturas que eu gostava de estar com a minha mãe e perguntar por que raio é que pensou em ter um filho como eu. Pobre mãe, ia ficar sem o seu filho predilecto, sendo eu o único de sangue. Entreguei a minha alma a um senhor que estava no canto a virar frangos e ainda gritei aos meus executores:
- Um último desejo?! Posso?!
De repente todos falavam um dialecto que eu não entendia. Senti-me perdido e chamei por ela.
- Amor!? Amor?! Onde estás? Porque me abandonas? Vem, vem ver o teu amor a sucumbir ao teu desejo. Amo-te, não tenho medo de o dizer, sei que vou morrer feliz. Tive-te! Pelo menos durante 5 minutos, tive-te. Eu sei, sou um frouxo, sempre fui assim, dura sempre pouco. Já falei com o meu psicólogo, mas nem com ele dura mais. É horrível. Mas ao menos é com gosto. Vem, volta! Aparece.
Mas ela não aparece e o meu tempo estava a acabar. Já estava amarrado à tábua da mesa de jantar. Eles iam acabar comigo e da pior forma. Iam-me dar cozido à portuguesa até eu morrer...
Estavam todos de roda da mesa com ar maléfico, deitavam fumo pelas narinas e diziam palavras em Latim. Eu estava petrificado de medo. Achei que era a forma mais terrível e parva de morrer e resolvi revoltar-me. Tentei várias vezes gritar pela polícia, mas a cada vez que gritava eles aumentavam a musica. Tó Maria Vinhas – Formiga, Formiguinha! A dor nos meus ouvidos era saborosamente pálida, pois comparada com a dor que sentia na traqueia, pela força com que me metiam os pedaços de lombardo, couve-galega, misturado com pedaços de toucinho e carne de vaca pela boca abaixo. Eu chorava de alegria quando sentia o vinho tinto a humedecer as largas quantidades de comida que entravam pela minha boca. Sentia os cantos da boca a rasgarem, mas isso era melhor que a dor que sentia nos pés que estavam a ser mordiscados pelo porco de estimação que eles tinham. Mais uma vez pensei se tudo aqui estava certo e mais uma vez imaginei todos aqueles corpos nus e a dançarem o vira enquanto eu tocava adufe. Mesmo assim, a dor não me abandonava. Até que ouvi um grito:
- Parem! Ou param ou levam com o meu raio zepa!
Não era real, não podia, Sebastião Vulva tinha-me encontrado! Por momentos pedi para me meterem mais comida para dentro, assim morria em vez de ser salvo por ele. Mas a imagem da minha amada surgiu a meu lado, que chorava e nada podia fazer, pois estava de pés a mãos atadas, vinha aos pulos e quando estava quase à minha beira, foi empurrada por seu marido que espumava da boca e dizia
- Maiss, maiss, maiss!!! – com aquele sotaque horrível das beiras que me corroía!
Quando a vejo deitada no chão, sem puder fazer nada, sucumbi à ajuda do meu velho e querido arqui-inimigo, Sebastião Vulva!
Dei um sinal com a ponta do meu dedo mindinho e só de uma rajada, ceifou a vida de cerca de 4 tugas de olhos vermelhos e dentes podres de tanta raiva! Fiquei todo sujo. Não gostei, mas do mal o menos, assim como assim, a bem dizer, nem foi assim tão mau, podia ser bem pior, podia ter falhado e ter-me acertado. O raio zepa é um raio muito caricato. Fica um cheiro mau, pestilento e gotejante. Os seres que são atingidos por tal raio, ficam tão disformes como as orelhas dum morcego depois de fritas no óleo das batatas de 5 semanas. Mas passados alguns minutos, cerca de 62, voltam à forma original, embora com um pequeno senão. Ficam todos com a voz do locutor de rádio Fernando Peça e com sexualidade ambígua.
Vi-te hoje com outro homem. Era o homem mais lindo do mundo, mal pude ver-te, pois a sua beleza ofusca a tua. Não me senti mal, só senti um calafrio quando pensei que aquelas mãos lindas, te tocam e te enchem de carícias, que mimam e que te fazem feliz. Matei-me ontem, hoje estou feliz.
Sorriso...
Ele continuou a enviar os seus raios e todos caem junto a meus pés de boca à banda e com o sorriso mais tolo que alguma vez tinha visto. Quando todos estavam no chão, o Sebastião aproximou-se e disse:
- Meu caro amigo, mais uma vez te salvo. É a décima quarta vez que o faço, porque não me queres como companheiro de viagem? Diz-me?! Fico triste quando penso nisso.
Não conseguia falar. Só saiam ruídos, pois a minha boca estava atafulhada de McCozido à portuguesa. Ele apercebendo-se disso e porque tinha nojo da carne (Meat is murther, meat is muther!), desatou a minha querida amada, a flor do meu coração, a tesão do meu sexo, a promessa de dias bons e melhores! Ela, com todos os cuidados, tirou pedaço por pedaço da minha boca e finalmente pude falar.
- Podes ficar triste mais daqui a pouco? É que esta gente, não tarda nada, fica toda normal, ou mais ou menos. – comento eu com o Sebastião.
- Tens razão. Fico triste mais daqui a pouco. – responde ele com um ar de lula.
Eu mal conseguia andar. A comida tinha de sair de dentro de mim. Em lufadas de vómitos estonteantes, pedaços de tudo o que tinha entrado, estava a sair, até mesmo coisas que não tinha ingerido.
Já na rua, entramos no carro do Sebastião e zarpámos a baixa velocidade, pois era um pequeno carro a baterias. Achei tão caricato que dei uma gargalhada, que foi logo abafada pela dor que sentia nos cantos da boca, que sangravam a bem sangrar. A minha amada tratava de mim, com todo o tipo de apetrechos. Máquinas de costura que faziam zig-zag, picareta de vários bicos, um martelo de pontas bambas, uma agulha de escuteiro e um beijo. Em dois minutos estava curado. E com o meu companheiro e querido Sebastião Vulva, arqui-inimigo de todos os tempos, desde que me conheço e evacuo-o sentado. Estava feliz, mas ele não, e lembrou-se dizendo:
- Bolas pá! Podias deixar-me ao menos fazer sexo oral contigo!
- Ok, podes.
E lá fomos nós pela estrada fora, na nossa viagem que nunca mais irá terminar. É bom quando estamos felizes e sem complexos dizemos:
- Olá, sou eu! O teu amigo!
Meu amor, meu estupor!
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CU menta!