terça-feira, 22 de agosto de 2006

Quando meti a pulseira...

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Não é habito meu fazer qualquer tipo de comentário a actividades feitas por mim, ou que tenham acontecido em Portugal, ou comentários em geral de qualquer acontecimento passado no Mundo, mas... desta vez tem que ser.

Alguns de nós temos um gosto superlativo pela música, de tal forma que por vezes fazemos algumas asneiras por ela, até por vezes cometemos alguns exageros. No entanto acho que ainda podemos fazer muito pior, como por exemplo, acampar.
Na edição do Paredes de Coura de 2006, 4 dias (3, vá lá) de música, com 33 bandas (no palco principal), umas que gostamos mais que outras, algumas delas guardam histórias passadas, outras que não conhecemos, ou até mesmo algumas que nem gostamos e queremos desprezar. Estes dias envolvidos num ambiente de festa, de alegria, de boa disposição, muita cerveja, num vale no meio do Minho, envolvido por uma vegetação linda, numa aldeia perdida no meio dos montes Minhotos, mas ao mesmo tempo achada, cheia de cor e vida.
E porquê? O que nos move? Porque nos damos ao trabalho de ir? Porque não nos preocupamos com o clima? Como aguentamos horas atrás de horas em pé, num terreno inclinado, com os pés e pernas a latejar? E um sem fim de razões que nos fariam ficar em casa, no sossego do lar, ou até mesmo na praia, ou em casa dos pais, ou da namorada, ou do namorado, ou, sei lá, tanta coisa boa que poderíamos fazer, mas não! Vamos e continuamos a ir! E dizemos: VOLTAMOS PARA O ANO!
A bem da verdade, este é o meu segundo ano, tenho pena de não ter usufruído das outras edições, mas por uma ou outra razão, não se proporcionou. Este ano para mim foi muito especial, porque tomei o gosto de ver bandas lá à frente, onde se vê a cor dos olhos deles, onde se vê os gestos, os dedos, onde se ouve o que não é dito aos microfones, onde se sente o “calor”, onde se vê e ouve tudo! É claro que cá atrás também é bom, mas como diz um amigo meu: “é como se estivéssemos a ver pela televisão”. Não é bem, mas parece, mas de facto não é a mesma coisa, lá à frente é muito melhor, desculpamos tudo, os empurrões e até os Espanhóis.
Quando vi o cartaz pela primeira vez, e ainda tinha 3 ou 4 bandas, pensei que não era possível, que era demais, fiquei com a sensação da Festa Atlântico (“transmitida” na RUT, em meados dos anos 80), cheirou-me a fiasco.
Quando comprei os bilhetes, essa sensação foi-se dissipando, mas mesmo assim...
A ansiedade começou a apoderar-se de mim, sonhava com o recinto, com o local onde ficamos para pernoitar, a cor, o som, os sabores, tudo me provocava saudades.
Quando meti a pulseira, entrei, vi o espaço, perecia-me maior que o ano anterior, mais amplo, mas bonito, só faltava uma coisa... A MÚSICA!
Agora, já a tirei, ainda não vi a maioria das fotos que o meu amigo tirou, mas há alguma imagens e sons, que vão cá ficar dentro por muito tempo e não há nenhuma máquina fotográfica que consiga captar.
Espero que continuem por muitos anos, mesmo com Mac’s e com KFC’s, e que contribuam com dinheiro para trazer bandas como:
White Rose Movement (boa surpresa)
Broken Social Scene (não me lembro muito bem, mas gostei)
Morrissey (arrepiei-me com algumas músicas, não só dele como dos The Smiths)
The Vicious Five (excelente)
Eagles of Death Metal (arrepie-me em quase todas, não conhecia por teimosia)
Gang Of Four (espetacular)
Yeah Yeah Yeahs (lindo)
Bloc Party (bom)
We Are Scientists (alegre)
CatPeople (interessante, gostei por não falarem em Catelhano)
!!! (chk chk chk) (muita energia)
The Cramps (core, hardcore)
Bauhaus (ainda não consegui encontrar palavras que definam a actuação)

Tive pena de não ter visto a actuação dos Selfish Cunt, acho que depois da actuação dos Bauhaus é difícil ver mais alguma coisa... podiam por exemplo ter tocado no palco principal em vez dos Maduros. Acho que há melhores bandas Portuguesas...

Quanto aos espanhóis, não têm desculpa... CARALHO VOS FODA!

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