quarta-feira, 26 de outubro de 2005

São Mamede do Rio

Na parede do meu quarto está uma inscrição
Foi escrita à mão
Diz em letras muito pequenas
Não te metas de coração
Isso já não o faço
Mas ando sempre descalço
O que vale é edredão de penas

Já na casa de jantar
Eu posso-me assuar
Com os dedos todos cagados
Os sacudo ao ar
Que grande porcaria
Vou tirar uma fotografia
Para dar aos atrofiados

Entre dias e dias
Como sempre carnes frias
De tanto comer
Vou ficar todo atrofias
Vou antes mandar vir uma pizza
Igual à que comi na prisa
Para não sofrer

Dentro do lixo cheira mal
É do meu animal
Tenho que o matar
Ou vou para o bacanal?
Antes fosse embora
Dentro de uma hora
Que ter que vomitar

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CU menta!